Mostrando postagens com marcador fenômenos da natureza. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fenômenos da natureza. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 18 de junho de 2019

VENTANIA

VENTANIA
Airton Sousa - Direto de Paciência - Rio de Janeiro - RJ

Cada vez que penso em como Deus abriu o mar para que o povo passasse, sinto mais vontade de escrever sobre o assunto.

“Então Moisés estendeu sua mão sobre o mar, e o Senhor fez com que este se retirasse com um vento forte vindo do oriente que soprou toda noite e fez com que o mar se secasse, ficando as águas divididas.” (Êxodo 14:21e22).

Veja bem, eu sempre achei que Moisés havia simplesmente tocado nas águas, com seu cajado, e que então o mar se abriu. Bobinho, eu. A leitura mais atenta indica que Moisés estendeu o cajado e passou toda noite com ele estendido. E mais, houve uma ventania durante toda a noite que fez com que o mar secasse.

Pera aí... preciso ler novamente. Então, suponhamos que eu, que sou superansioso, estivesse ali no meio do povo. Estou acordado. Estou num beco sem saída. Na frente, o mar vermelho; atrás, os inimigos. Não consigo dormir. Lá fora, vejo Moisés com o cajado estendido para o alto. E agora uma ventania. O vento vai aumentando sua intensidade. Venta a noite inteira. Algo vai acontecer.

E quando, enfim, o dia raiou, todos os que estavam naquele beco sem saída perceberam. “Com o resfolgar das tuas narinas, amontoaram-se as águas, as correntes pararam em montão; os vagalhões coalharam-se no coração do mar.”. (Êxodo 15:8).

Todos perplexos. Eu perplexo, com o queixo caído. O sopro de Deus, a ventania, dividiu o mar que ficou congelado como um muro. E todos puderam atravessar em SECO entre os muros de gelo.

O tema é arrepiante e é provável que eu volte a ele.
Aconteceu comigo.

Quando percebi a ventania, eu pensei: o mar vai se vai abrir novamente, e dessa vez foi tão espetacular quanto foi a primeira vez.

Sabe, amigo, pode acontecer com você também, pois como diz o velho ditado: “vento que venta lá, venta cá!”. Você só precisa confiar e prestar atenção na ventania.


terça-feira, 16 de outubro de 2018

A GRANDE PROMESSA

A GRANDE PROMESSA 
Airton Sousa - Direto de Botafogo - Rio de Janeiro

Já contei aqui do imenso privilégio que tenho de contemplar uma das mais lindas paisagens do mundo, direto da janela do meu trabalho. Sim, eu trabalho na Praia de Botafogo, de frente para o mar. E todos os dias eu paro um pouquinho e fico observando este maravilhoso espetáculo que a natureza oferece a cada dia. Mas, sabe, nem sempre é assim.

Uma tarde dessas eu estava muito concentrado no meu trabalho, quando eu alguém gritou para mim:
- Amigão vem ver o que você está perdendo.

Quando saí da minha sala reparei que todos os funcionários estavam na varanda do prédio filmando e fotografando.
O que será que esse povo tanto fotografa? - pensei.
Havia chovido durante todo o dia, e no finalzinho da tarde fomos brindados com um espetáculo!
O arco-íris!
Veja bem, não é um quadro, nem uma pintura. Isto é real e estava bem ao meu alcance. É de verdade mesmo!


Enquanto todos tentavam explicar sua existência, e faziam os comentários mais diversos sobre esse fenômeno. Eu me lembrava da promessa de Deus. Eu me lembrei do dilúvio.

Logo depois, quando aquelas chuvas cessaram, Deus fez um pacto com a humanidade e prometeu que nunca mais destruiria o mundo daquela maneira. Esse pacto foi representado pelo arco-íris.

"Porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a Terra".
Gênesis 9:13

E até os dias de hoje essa aliança ainda é representada pelo arco-íris.
O arco-íris me lembra da bondade e do cuidado de Deus.

Algumas vezes os nossos problemas são tantos, as nuvens escuras e as tempestades... Nossos medos nos afastam de Deus. É o fim, pensamos. E nos esquecemos do cuidado do nosso Pai do Céu.

A aliança é um reflexo da bondade de Deus. Ele se preocupa tanto conosco, que para nos deixar tranquilos ainda aceita confirmar essa preocupação enviando o arco­‑íris.

Cada vez que você contemplar um arco-íris no céu e ficar extasiado como eu e os meus colegas ficamos, tenha certeza de que Deus o ama muito profundamente e lhe oferece a salvação todos os dias, mesmo que às vezes você nem se lembre disso.

Primeiro a chuva, depois o arco íris.  É... acostume-se; a ordem é essa.

Que grande espetáculo!


quinta-feira, 22 de março de 2018

RIO D’OURO E A ÁGUA QUE DÁ VIDA


RIO D’OURO E A ÁGUA QUE DÁ VIDA
Filipe Souza – Florianópolis/SC

Na Serra do Urbião, na Espanha, a 2.080 metros de altitude, nasce o Rio D’Ouro. O rio atravessa o norte do território português e deságua no oceano atlântico tendo sua foz localizada entre as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. Atravessa a fronteira de Portugal e Espanha entre as localidades de Miranda do Douro e Barca D’Alva. Ao longo de suas margens podem ser vistos muitos vinhedos de onde se colhem uvas para produção do famoso vinho do Porto. Devido as suas características peculiares, a região vinhateira do Alto D’Ouro foi incluída como Patrimônio da Humanidade na categoria “paisagem cultural”, pela Unesco, no ano de 2001.


Fluindo por vales circundados por montanhas rochosas, o Rio D’Ouro foi represado em alguns trechos onde foram construídas eclusas e barragens que permitem o aproveitamento do potencial hidroelétrico do corpo d’água e tornam o rio navegável em vários trechos. A fim de proporcionar aos turistas uma experiência ampliada das paisagens, são ofertados alguns serviços de cruzeiros que conduzem os viajantes ao longo dos meandros do rio.


O Rio D’ouro possui 850 km de extensão, sendo o terceiro rio mais extenso da península ibérica, depois do Tejo e do Ebro. Diferentemente das fronteiras estabelecidas entre países, os rios cruzam os limites estabelecidos pelo homem. Essa peculiaridade impõe que a gestão das águas transfronteiriças seja realizada conjuntamente, pois a área de contribuição dos rios, isto é, a bacia hidrográfica, não respeita os limites territoriais determinados entre os estados. No período de cheias, o controle de vazões do D’Ouro nas barragens do lado espanhol é determinante para minorar possíveis danos no lado português, o que pode acarretar tensões entre os dois vizinhos.

Praça da Ribeira - cheias do Rio Douro em 1909.
Em: Porto Desaparecido - " A água atinge o alto do Muro dos Bacalhoeiros..." 
abril de 2016
https://www.noticiasaominuto.com

Por essas e outras, a relação entre esses povos irmãos muitas vezes é permeada de turbulências... Semelhantemente, o evangelho de João descreve a conturbada relação entre judeus e samaritanos. Ambos os povos descendiam de Jacó e pertenceram à nação de Israel, porém os samaritanos haviam se misturado com outros povos, enquanto os judeus não. A rivalidade entre os dois povos cresceu a tal ponto de não haver mais comunicação entre eles.

Com o intuito de quebrar esse paradigma, Jesus, que era judeu, pede água a uma mulher samaritana que tinha ido ao poço de Jacó ao meio-dia para tirar água. A mulher fica assombrada com o pedido e responde: “Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber?” (João 4:9). Jesus, então, responde à samaritana: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem está pedindo água, você lhe teria pedido e dele receberia água viva.” (João 4:10). A mulher, então, pergunta mais uma vez: “O senhor não tem com que tirar água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva?” (João 4:11). Jesus então lhe responde: “Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.” (João 4:13,14).



Maravilhada com as palavras de Jesus, a mulher pede a água da vida: “Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água.” (João 4:15).

Ao buscar água na hora mais quente do dia, a mulher samaritana buscava escapar do julgamento da sociedade. Ela havia tido cinco maridos e aquele com quem ela convivia não era seu marido. Até então ela havia tentado se satisfazer com seus amores, mas ao encontrar-se com Jesus, a água da vida, ela percebe que havia encontrado Aquele que poderia dessedentar o seu coração.

Ao perceber que Jesus não a julgava por ser samaritana ou por haver tido cinco maridos, aquela mulher volta até a sua cidade e, sem medo de encarar a multidão, convida toda a cidade a ir ver Aquele que conhecia tudo a seu respeito.

De fato, o amor de Jesus não conhece fronteiras, atravessa divisas, pode unir grandes inimigos e alcançar até aqueles que já desistiram de si mesmos. E assim como o rio emana vida por onde passa, Jesus também deseja devolver a paz e a alegria ao seu coração. 

Aceite hoje o Seu convite e beba da fonte que está sempre a jorrar!


domingo, 18 de março de 2018

UM SUSSURRO TODO-PODEROSO


UM SUSSURRO TODO-PODEROSO
Eduardo Dudu Santos

Andei pensando nesses últimos dias em algumas histórias bíblicas que eu gosto e cheguei num personagem bastante representativo para nosso tempo, pois a Bíblia cita que, antes da vinda de Cristo, viria Elias. E é sobre ele que eu queria falar...

Elias passou por experiências invejáveis, mas, teve uma coisa em sua história que eu não conseguia entender: a cena do Horebe. Se você acha que falo sobre a crise de assombro que Elias sofreu, talvez devesse olhar o outro personagem presente. Pra conhecer a história ou refrescar sua memória, dê uma conferida lá: I Reis 19.

Elias era humano, mesmo que às vezes não pareça tanto por causa das coisas que ele fez. E, como todos nós, teve seus momentos de fraqueza - afinal, haviam colocado um prazo de validade em sua vida. No momento crítico, Elias foge pra salvar a própria pele, e depois de alguns acontecimentos ele começa uma conversa com Deus.

A Elias é feita a proposta de se apresentar fora da montanha ao sentir a presença do Senhor. Pra nossa surpresa (ou talvez só minha), Elias vai ao encontro de Deus ao ouvir “o murmúrio de uma brisa suave” (I Reis 19:12). Sempre lutei com a ideia de que os outros eventos naturais demonstravam muito mais o poder cósmico de um Ser supremo, mas a “brisa suave” nem passa perto! Na minha pobre opinião, ela nem satisfazia a necessidade do profeta no momento.


Ironicamente, foi um sussurro, o escolhido. Devo dizer que acho intrigante a forma de Deus agir, muitas vezes. Pensando por outro lado, Elias fugia de alguém que, nas circunstâncias sociopolíticas da época, esbanjava poder; e ele estava amedrontado. Tudo que ele menos precisava era de uma nova demonstração de força! Na verdade, sua real necessidade era de alguém que o trouxesse de volta à razão, de forma branda e tranquila. Taí! Um sussurro.

E pensar que parece tão inconcebível o Ser todo-poderoso representado por um evento natural aparentemente tão frágil, só pra atender a necessidade de um filho Seu... Se bem que não foi a última vez que Ele fez isso. Cristo veio a este mundo revestido por uma capa como a nossa, de carne e osso, só pra nos fazer voltar à razão, de volta pra Ele. Pense nisso!

terça-feira, 13 de março de 2018

O MANDACHUVA


O MANDACHUVA
Airton Sousa – Direto de Paciência - Rio

Meu amigo de longa estrada, Isael Rocha, esteve aqui no Rio no período de novembro do ano passado até janeiro deste ano. Nós trabalhamos juntos nos anos 90 em uma grande agência de publicidade de São Paulo. Ele continuou por lá, eu saí, e quando voltei agora, pra mesma agência, ele veio ao Rio para me passar o trabalho e dar um treinamento.

Uma curiosidade que segue esse meu amigo é que onde ele vai... chove. Chove mesmo, cai muita água! Se você parar pra lembrar que em dezembro e janeiro choveu muito, no Rio, tenha certeza de que eram os dias que o Isael, “o mandachuva”, esteve por aqui. Mas como choveu! No dia em que ele foi embora, além da chuva, ainda estourou uma bomba d’água em Bangu, inundando o Shopping e paralisando o trânsito em alguns bairros da cidade. Eu lembro que naquele dia eu cheguei à Central do Brasil, de volta do trabalho, e a circulação dos trens estava suspensa por causa das chuvas, e eu fiquei por ali, no meio da multidão indecisa, por quase duas horas esperando a normalização do tráfego dos trens. Eu pensei, comigo: o Isael ainda deve estar por aqui, no Rio... E, de fato, ele ainda estava no aeroporto. E diz a lenda que quando ele chegou a São Paulo começou a chover.


Eu acho graça, ele também vai achar, mas, claro, foi tudo uma coincidência mesmo, embora a gente use o fato para fazer uma graça, porque sem graça não se vive.

A Bíblia também conta a história de uma mandachuva. Elias.
Elias era profeta de uma terra onde as pessoas haviam virado as costas para Deus.
Você pode acompanhar esta história em I Reis 18:41-46.

Naquele lugar não chovia há três anos e meio, a seca era grande e a fome era extrema. E Deus apareceu para esse profeta e falou: "Elias, vai lá e avisa ao povo que vai chover. Sim, darei chuva sobre a terra.".

E lá se foi Elias com medo de que a previsão não acontecesse e o povo ficasse ainda mais revoltado contra ele. Mas ele foi e avisou: "Vai chover! Já ouço ruídos de uma abundante chuva.".

E aconteceu. Houve naquele dia uma grande chuva!



Elias falou “ruído” e não “barulho” de abundante chuva. Ele estava prevendo o que iria acontecer. Não havia nenhum sinal natural de que choveria, mas Elias conseguiu ouvir os ruídos, simplesmente porque ele acreditava no que Deus lhe havia falado: “Vai lá e avisa ao povo que vai chover.”.

Às vezes, em nossa vida, não conseguimos ver a saída, simplesmente porque nos esquecemos das palavras e promessas de Deus. Esquecemos que enquanto estamos indecisos e preocupados Ele já está trabalhando por nós. Quando temos uma grande expectativa e nada acontece não conseguimos ver, mas Deus já foi na frente para quebrar as correntes e derrubar os muros.

Vai chover!
O “nada”, para quem crê em nada, é nada; mas para quem crê em Deus, o “sim” é tudo. Já temos o “sim”. A sua vida tem que ser coberta de chuvas, sabe? O lugar que está seco, na sua vida, hoje vai transbordar.

“Já ouço ruídos de abundante chuva.” Vai chover!





quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

NAS ONDAS DE NAZARÉ


NAS ONDAS DE NAZARÉ
Filipe Souza – Florianópolis – SC

Situado na costa oeste de Portugal o canhão de Nazaré é um desfiladeiro submarino que propicia a formação de ondas gigantes. A localidade entrou de vez na rota do surfe a partir de novembro de 2011 quando Garrett McNamara surfou uma onda de 23,8 metros, entrando para o livro dos recordes como a maior onda já surfada. Devido a isso, muitas pessoas se aglomeram nas laterais do Forte de São Miguel do Arcanjo, também conhecido como Forte de Nazaré, para testemunhar a coragem dos destemidos surfistas que se aventuram por lá.






No dia 17 de janeiro de 2018 após checar a previsão de ondas, eu e meus pais rumamos para Nazaré para conhecer as tais ondas. Nesse mesmo dia o português Hugo Vau, de 36 anos, realizou um enorme feito ao surfar uma onda que teria 35 metros de altura, denominada Big Mama, onda que só aparece quando o mar está muito grande. A façanha é resultado de um longo e persistente trabalho. Quando perguntado se o seu feito havia sido questão de sorte ou de muito trabalho ele respondeu: “Ando à espera que aconteça desde há dez anos [risos]. Foi o resultado de muita persistência e de um trabalho de equipa que já vai com uma década. A Nazaré é um sítio muito específico onde um surfista sozinho não consegue fazer nada. Tem de ter uma equipa por trás para gozar esta aventura de forma segura e divertida. Nós passámos três horas e meia na água, sempre a tentar encontrar uma única onda na Praia do Norte. Estava muito, muito vento. As condições eram realmente adversas e já era final de tarde. Mas nós não desistimos e acabámos por ser recompensados.[1]


Aproximadamente dois mil anos atrás Jesus, também conhecido como nazareno, mas de outra Nazaré, avisou a Pedro, seu seguidor e amigo, que ele o desapontaria: “Mas Jesus lhe disse: — Eu afirmo a você que isto é verdade: nesta mesma noite, antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece.. Pedro não imaginava que seria capaz de abandonar seu melhor amigo, mas assim que Jesus foi preso ele começou a praguejar e a jurar “não conheço tal homem”. Logo em seguida o galo cantou fazendo Pedro se lembrar das palavras do Mestre.

Ao analisarmos os fatos que antecederam o fracasso de Pedro percebemos que ele negligenciou os momentos de preparo para que pudesse enfrentar aquele desafio com sucesso... Enquanto Jesus suava gotas de sangue, ao antever os sofrimentos do Calvário, pediu aos discípulos que vigiassem com Ele; entretanto, Pedro e os demais acabam dormindo. Ao retornar, Jesus diz a Pedro: “Então nem uma hora pudeste velar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”.

Assim, percebemos que nossas vitórias ou fracassos são determinados muito antes de encararmos os desafios, pela maneira como nos preparamos para enfrentá-los.

Algumas oportunidades são como as ondas de Nazaré, aparecem a cada dez anos, ou apenas uma vez na vida. Às vezes ainda nos sentimos esmagados pelo tamanho das ondas, mas não estamos sozinhos. Jesus deseja fazer parte da nossa equipe e promete: “Eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos”.

Você pode convidá-lo para ser o responsável pela sua condução e resgate nos mares turbulentos da vida... Não desista mesmo em condições adversas; Ele promete conduzir você à vitória!

Boas ondas pra você!

__________________________

Referência/Fonte:

[1] Hugo Vau surfou a maior onda da Nazaré. Disponível em: http://observador.pt/especiais/hugo-vau-surfou-a-maior-onda-da-nazare-e-como-ser-perseguido-por-uma-avalanche/ - acessado em 20.02.2018.



sábado, 4 de fevereiro de 2017

TRONO

TRONO
Jackson Valoni - Angra dos Reis/RJ

Os pingos de chuva fazem escândalo quando despencam sobre as telhas galvanizadas das garagens dos vizinhos. Faltou luz agora há pouco. O córrego próximo da minha casa ameaça transbordar. O vizinho da frente colocou uma espécie de comporta, se preparando, caso o riacho transborde e invada sua casa.

Sons de móveis pesados sendo arrastados surgem entre as nuvens negras, sons de tambores de guerra sendo tocados de forma violenta, terríveis rugidos de leão acompanham o impacto da chuva que atormenta minha noite. Pela fresta da janela vejo um clarão intenso, que vai e volta. Relâmpagos colorem de branco a negra noite de tempestade.

O desenho dos raios chicoteia o ar. A força elétrica de sua natureza enfeita o céu de fúria e esfola o horizonte infinito com seu grito metálico.


Felizmente estou em casa, de folga; logo irei tomar banho e me deitar. O estrondo do céu me trouxe pensamentos sobre o Alto que eu não poderia ignorar.

“Acaso a chuva tem pai?” Jó 38:28

Há três pessoas na Bíblia que compararam a voz de Deus com o som de “muitas águas”. São eles João (Apocalipse 1:15), Ezequiel (Ezequiel 1:24) e Davi (Salmo 29:3).

Entre os três, o que mais gosto é Ezequiel. Ele escreve que o som estrondoso das asas dos querubins que ele estava vendo era semelhante aos “rugidos de muitas águas, como a voz do Onipotente”. Pode parecer que ele não tenha sido tão respeitoso com Deus ao comparar Sua voz com o som de suas criaturas celestes.

Mas, de repente, em seu relato, ele ouve um “estrondo tumultuoso, como o tropel de um exército”. E nesse momento, amigo leitor, Ezequiel descreve umas das mais indescritíveis imagens para um ser humano. Ele revela o próprio Jesus em Seu trono no Céu, acima dos querubins, sobre quem ele havia feito, anteriormente, o relatório santo.

Jesus, cuja voz é incomparável, que faz querubins (Ezequiel 1:25) e serafins (Isaías 6:2, 3) se calarem diante de Sua presença, é apresentado da forma mais sóbria que Ezequiel poderia fazer. O profeta contemplou a glória da divindade, envolta numa luz semelhante a um “metal brilhante”, “como fogo”, de claridade intensa. Ele ainda descreve Jesus envolvido numa coloração de um profundo azul, “como uma safira”, sentado em “algo semelhante a um trono”. (Ezequiel 1:26-28)


Imagino quanta agonia Ezequiel deve ter sentido para poder registrar da melhor maneira possível “a aparência da glória do Senhor”! (Ezequiel 1:28)

Sua dificuldade para precisar sua visão se justifica pelo brilho constante que seus olhos não lhe permitiam decifrar. Mas, ainda assim, eu consigo perceber que o meu Deus é grande, e eu reflito de maneira mais profunda na pergunta que Ele fez a Jó: “Acaso a chuva tem pai?”.

Sabendo que Ele é o Criador de tudo, do som do trovão, da luz do relâmpago, da força da chuva e do design do arco-íris, eu compreendo que Deus percebe cada detalhe de Sua criação; e, por isso mesmo, Ele percebe você.

“O único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A Ele honra e poder eterno. Amém!”
I Timóteo 6:16