NA
CONTRAMÃO
Por Sérgio Mafra
André e Luciana. Um casal na faixa dos
trinta anos. Ele, advogado, e ela, arquiteta. Nascidos na capital paulista,
resolveram dar uma verdadeira guinada em sua vida. O casal faz parte de um
crescente número de pessoas que adota o caminho inverso ao êxodo rural vivido
no país nos últimos anos. Eles resolveram deixar a vida na cidade grande por
uma nova experiência no interior de Minas Gerais.
Você pode estar se perguntando: o que
levaria um casal com um futuro, aparentemente, tão promissor, a parar tudo e
adotar um estilo de vida tão rústico e diferente? A explicação, para eles, é
bem simples: cansaram da vida por aqui. Cansaram de ter que disputar um lugar
ao sol o tempo inteiro, cansaram de ter que trocar de carro continuamente,
cansaram da busca desenfreada por itens que evaporam com a mesma velocidade com
que são lançados. Cansaram de uma vida cheia de padrões e metas que, no fundo,
só levam a novos padrões e metas quase sempre inatingíveis. Para eles, parecia
uma corrida infinita onde o final não era nem de longe avistado: quanto mais se
tem, mais se quer.
No final de 2014, veio a notícia: a família
em breve ficaria completa, com a chegada de Ema; e com essa notícia, a decisão:
Ema seria criada em contato com a natureza. Venderam quase tudo o que possuíam
e adquiriram uma propriedade, não muito grande, no interior mineiro. Os grandes
edifícios com luzes coloridas deram lugar a um céu profundo iluminado pelas
estrelas. As ruas tão cheias de carros e ônibus foram substituídas pelo trânsito
de animais, frutas e verduras. O casal, hoje, planta muito do que consome e
conseguiu começar uma pequena criação de peixes. Colhem hortaliças, morangos e
alguns legumes. O dinheiro investido ainda não foi totalmente recuperado.
Hoje a família está completa para o jantar,
ninguém ficou preso num engarrafamento. A refeição do dia? Torta de legumes e
doce de banana caseiro, de sobremesa. Andar na contramão pode representar um
final muito feliz.
A vida no campo não é fácil. Mas segundo
Luciana, ao olhar para a pequena Ema aprendendo seus primeiros passos e
palavras em meio a esse lugar “mágico” e ver seu marido trabalhando ao seu lado
em prol da qualidade de vida de sua família, a conclusão não é outra, senão a de
que o esforço está valendo a pena.

Talvez você, como eu, não possa (ou até não
queira), neste momento, vivenciar uma experiência como essa...
...mas a minha
proposta é que, durante esta semana, paremos um pouco nossas muitas atividades
e dediquemos um tempo para apreciar as obras maravilhosas das mãos do Criador.
Respire fundo e se jogue nessa cachoeira de
sensações.
Grande abraço.
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