quarta-feira, 9 de março de 2016

EU NÃO VI DEUS



EU NÃO VI DEUS
Por João Octávio Barbosa

Há exatos 82 anos nascia em Kluchino, atual Rússia, Iuri Gagarin (1934-1968). Em meio à “Corrida Espacial” entre União Soviética e EUA, Iuri ficou conhecido como o primeiro ser humano a ir para o espaço, a bordo da Vostok, em 1961.



Durante a missão, foi-lhe atribuída a seguinte declaração: “A Terra é azul, e eu não vi Deus.”. 

Pois é. Era a primeira pessoa na História a ver o mundo pelo lado de fora. Subiu acima dos céus. E não viu Deus.

Mais tarde foi descoberto que essa frase não foi dita por ele. Iuri era cristão ortodoxo. Fazia parte dos interesses do governo de Moscou uma pregação antirreligiosa, e a declaração sobre a falta de Deus foi uma jogada de marketing do Kremlin. O que não significa que Gagarin tenha visto Deus, anjos, santos, ou o padre do balão em sua viagem.

Você já viu Deus? Crê em Jesus? Creria se ele estivesse na sua frente agora?

Se você leu o primeiro post desta coluna (“Perfis Sem Curtidas”, clique aqui), sabe que a desculpa-prerrogativa dos meus textos (na verdade, só me pediram para escrever, e eu adoro escrever, e é só isso) é falar sobre personagens e histórias pouco conhecidas, especialmente da Bíblia. Curiosamente, até alguns dos 12 discípulos de Jesus entram nesse perfil.

Levando o Facebook para a Jerusalém do século I da Era Cristã, podemos imaginar Pedro com muitos amigos, Paulo com muitos textos compartilhados, João com várias fotos de Patmos cheias de curtidas, mas teríamos também os apóstolos menos bombados no Instagram, tipo Bartolomeu, Simão e Filipe. Agora vamos nos ater a esse último, Filipe, e ver a conexão entre ele, Iuri Gagarin, e, quem sabe... você. Se possível, leia João 14:1-9, numa Bíblia em sua casa, ou na internet.

Jesus era o líder de Filipe (e dos outros onze) já fazia alguns anos. Moravam juntos. Viajavam juntos. Faziam milagres juntos. Pregavam juntos. Jesus já tinha dado provas de que era Deus. Mas Filipe não tinha enxergado isso, como vemos em seu pedido a Jesus: “Mostra-nos o Pai”; em outras palavras, “Onde está esse Deus que eu não estou vendo?”.

Essa é uma lição para as pessoas que, aparentemente, estão “próximas de Jesus”, que têm hábito de ir à igreja e se dizem convertidas e seguidoras da Bíblia. Você reconhece a Divindade de Jesus? Se a resposta for “não”, saiba que até na casa de Jesus alguns dos seus melhores amigos também não a reconheciam.

O quanto deve ter sido difícil pra Jesus ouvir isso de Filipe, seu querido discípulo, um dos primeiros que se uniram a Ele! Jesus deve ter se sentindo inútil, pregando para as paredes durante anos. E será que Ele sente isso hoje em dia? Em relação a nós? Será que O estamos ouvindo? Atentando para suas promessas?

Eu disse que essa era uma lição para aqueles que estão “próximos de Jesus”, mas não exclusivamente pra esses. As palavras (erroneamente atribuídas) de Iuri Gagarin mostram um ceticismo muito presente no mundo atual, talvez compartilhado por você. Um Deus que não se vê não pode ser real, certo? Há lógica nisso?

Carl Sagan, que, a propósito, era agnóstico, dizia que “ausência de evidência não é evidência de ausência”. Ou seja, não haver provas de que algo existe não é prova de que esse algo não exista. Li essa frase, recentemente, no livro “História da Vida”, de Michelson Borges, e que eu recomendo (se decidir comprar o livro, dê o meu nome ao vendedor José de Freitas, e pisque o olho esquerdo - é o sinal da minha comissão.).

Eu tenho muita empatia com quem não vê Deus ao olhar para o mundo, para a História, e para a própria vida. Nunca deixo de agradecer a Deus a bênção/oportunidade/sorte de ter sido apresentado devidamente a Ele, na infância, período anterior a minha fase atual, recheada de ceticismo e frieza. Mas a verdade é que a maioria das respostas para a falta de Deus pela ótica da lógica bate no muro da própria lógica, e volta. Se não pode haver um Deus eterno porque nisso não há lógica e nem pode ser provado, como pode haver um Universo tão perfeitamente milimetrado para existir, se isso não for, no mínimo, inexplicavelmente ilógico?

Não tenho tempo (de fato, não tenho é capacidade, mas vamos dizer que é “tempo”) para tecer mais sobre esse assunto. Mas se você for cético-racional o suficiente para ter coragem para tal coisa, procure saber mais das crenças de diversos pensadores famosos sobre a existência de Deus, como C.S. Lewis.

Termino com uma declaração dele: "Se o Sistema Solar, o aparecimento de vida e a evolução completa do homem são consequências de um mesmo acidente, então todos os nossos pensamentos são meros acidentes. Mas se os pensamentos são meramente produtos acidentais, por que deveríamos acreditar que eles são verdadeiros? Eu não vejo razão para acreditar que um acidente fosse capaz de fazer um relato correto de todos os outros acidentes.” (“História da Vida”, Michelson Borges).

Não peço que concordem, espero que reflitam!

Desafio do JOBS: A quem foi feito o pedido de Daniel para comer apenas legumes?
Resposta semana que vem.
Resposta da semana passada: Filipe (João 14:9).

Um comentário:

  1. Ah, lembrei do padre dos balões, rsrsrs. Sabe, falando sério, tem muita gente que vê Deus com desconfiança e tem muita gente que debocha desse mesmo Deus além, claro dos que não creem em sua existência. Eu tenho na minha vida muitas evidências da existência Dele. Neste campo, eu sou um privilegiado. Realmente tenho muita sorte de acreditar em Deus e mais ainda, saber que Ele acredita em mim também. Eu vejo Deus!

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