EU NÃO VI DEUS
Por
João Octávio Barbosa
Há
exatos 82 anos nascia em Kluchino, atual Rússia, Iuri Gagarin (1934-1968). Em
meio à “Corrida Espacial” entre União Soviética e EUA, Iuri ficou conhecido
como o primeiro ser humano a ir para o espaço, a bordo da Vostok, em 1961.
Durante a missão, foi-lhe atribuída a seguinte declaração: “A Terra é azul, e
eu não vi Deus.”.
Pois
é. Era a primeira pessoa na História a ver o mundo pelo lado de fora. Subiu
acima dos céus. E não viu Deus.
Mais
tarde foi descoberto que essa frase não foi dita por ele. Iuri era cristão
ortodoxo. Fazia parte dos interesses do governo de Moscou uma pregação antirreligiosa,
e a declaração sobre a falta de Deus foi uma jogada de marketing do Kremlin. O
que não significa que Gagarin tenha visto Deus, anjos, santos, ou o padre do
balão em sua viagem.
Você
já viu Deus? Crê em Jesus? Creria se ele estivesse na sua frente agora?
Se
você leu o primeiro post desta coluna (“Perfis
Sem Curtidas”, clique aqui),
sabe que a desculpa-prerrogativa dos
meus textos (na verdade, só me pediram para escrever, e eu adoro escrever, e é
só isso) é falar sobre personagens e histórias pouco conhecidas, especialmente
da Bíblia. Curiosamente, até alguns dos 12 discípulos de Jesus entram nesse
perfil.
Levando
o Facebook para a Jerusalém do século I da Era Cristã, podemos imaginar Pedro
com muitos amigos, Paulo com muitos textos compartilhados, João com várias
fotos de Patmos cheias de curtidas, mas teríamos também os apóstolos menos
bombados no Instagram, tipo Bartolomeu, Simão e Filipe. Agora vamos nos ater a
esse último, Filipe, e ver a conexão entre ele, Iuri Gagarin, e, quem sabe...
você. Se possível, leia João 14:1-9, numa Bíblia em sua casa, ou na internet.
Jesus
era o líder de Filipe (e dos outros onze) já fazia alguns anos. Moravam juntos.
Viajavam juntos. Faziam milagres juntos. Pregavam juntos. Jesus já tinha dado
provas de que era Deus. Mas Filipe não tinha enxergado isso, como vemos em seu
pedido a Jesus: “Mostra-nos o Pai”; em outras palavras, “Onde está esse Deus
que eu não estou vendo?”.
Essa
é uma lição para as pessoas que, aparentemente, estão “próximas de Jesus”, que
têm hábito de ir à igreja e se dizem convertidas e seguidoras da Bíblia. Você
reconhece a Divindade de Jesus? Se a resposta for “não”, saiba que até na casa
de Jesus alguns dos seus melhores amigos também não a reconheciam.
O
quanto deve ter sido difícil pra Jesus ouvir isso de Filipe, seu querido
discípulo, um dos primeiros que se uniram a Ele! Jesus deve ter se sentindo
inútil, pregando para as paredes durante anos. E será que Ele sente isso hoje
em dia? Em relação a nós? Será que O estamos ouvindo? Atentando para suas promessas?
Eu
disse que essa era uma lição para aqueles que estão “próximos de Jesus”, mas
não exclusivamente pra esses. As palavras (erroneamente atribuídas) de Iuri Gagarin
mostram um ceticismo muito presente no mundo atual, talvez compartilhado por
você. Um Deus que não se vê não pode ser real, certo? Há lógica nisso?
Carl
Sagan, que, a propósito, era agnóstico, dizia que “ausência de evidência não é
evidência de ausência”. Ou seja, não haver provas de que algo existe não é prova
de que esse algo não exista. Li essa frase, recentemente, no livro “História da
Vida”, de Michelson Borges, e que eu recomendo (se decidir comprar o livro, dê o
meu nome ao vendedor José de Freitas, e pisque o olho esquerdo - é o sinal da
minha comissão.).
Eu
tenho muita empatia com quem não vê Deus ao olhar para o mundo, para a História,
e para a própria vida. Nunca deixo de agradecer a Deus a bênção/oportunidade/sorte
de ter sido apresentado devidamente a Ele, na infância, período anterior a
minha fase atual, recheada de ceticismo e frieza. Mas a verdade é que a maioria
das respostas para a falta de Deus pela ótica da lógica bate no muro da própria
lógica, e volta. Se não pode haver um Deus eterno porque nisso não há lógica e
nem pode ser provado, como pode haver um Universo tão perfeitamente milimetrado
para existir, se isso não for, no mínimo, inexplicavelmente ilógico?
Não
tenho tempo (de fato, não tenho é capacidade, mas vamos dizer que é “tempo”)
para tecer mais sobre esse assunto. Mas se você for cético-racional o suficiente
para ter coragem para tal coisa, procure saber mais das crenças de diversos
pensadores famosos sobre a existência de Deus, como C.S. Lewis.
Termino
com uma declaração dele: "Se o
Sistema Solar, o aparecimento de vida e a evolução completa do homem são
consequências de um mesmo acidente, então todos os nossos pensamentos são meros
acidentes. Mas se os pensamentos são meramente produtos acidentais, por que
deveríamos acreditar que eles são verdadeiros? Eu não vejo razão para acreditar
que um acidente fosse capaz de fazer um relato correto de todos os outros
acidentes.” (“História da Vida”, Michelson Borges).
Não
peço que concordem, espero que reflitam!
Desafio do JOBS: A quem
foi feito o pedido de Daniel para comer apenas legumes?
Resposta semana que vem.
Resposta semana que vem.
Resposta da semana
passada: Filipe (João 14:9).
Ah, lembrei do padre dos balões, rsrsrs. Sabe, falando sério, tem muita gente que vê Deus com desconfiança e tem muita gente que debocha desse mesmo Deus além, claro dos que não creem em sua existência. Eu tenho na minha vida muitas evidências da existência Dele. Neste campo, eu sou um privilegiado. Realmente tenho muita sorte de acreditar em Deus e mais ainda, saber que Ele acredita em mim também. Eu vejo Deus!
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