OBRIGADA, ÍTALO!
Por Carina Baptista
Oi pessoal, tudo bem??
Há alguns dias eu vivi uma
situação bem simples, mas que me deixou com o coração tão alegre, que eu preciso
contar pra vocês.
Eu estava no ônibus,
indo para a igreja da qual faço parte, quando a porta de trás abriu (aqui no
Rio de Janeiro na maioria dos ônibus o passageiro entra pela frente). Fiquei
observando a mãe entrar com um menino de aproximadamente nove anos e outro de
cinco. Ela colocou os meninos no banco e foi até a roleta para pagar a
passagem. Algo em torno de 3 minutos (ou menos).
Este tempo foi precioso.
Um dos meninos, o mais velho, era cego. Com receio de que o ônibus fizesse
algum movimento brusco e o garotinho batesse na parte da frente do banco,
fiquei em posição de alerta - qualquer problema eu estaria preparada para
proteger o rosto daquele menino que nem podia me ver. Enquanto eu pensava o que
faria se precisasse ajudá-lo, o irmão mais novo ficou implicando com ele -
comportamento típico de irmãos mais novos (rs).
Eu fitei o caçula e fiz
sinal negativo com a cabeça; como ele não parou, falei com ele "não faça
isso com seu irmão". O Ítalo, gentilmente, olhou em direção a minha voz e
disse, calmamente: - "Ele é meu irmão mais novo; às vezes ele é meio
maluquinho.". Que voz calma, que menino meigo!
Comecei a conversar com
ele (sim, sou dessas que puxa conversa no ônibus com pessoas alheias),
perguntei qual era o seu nome e ele respondeu com firmeza: "I-ta-lo, com O
e não com U.”. Com um sorriso no rosto depois de sua explicação, eu disse:
"Seu nome é muito bonito"; ele me perguntou: "E o seu nome, qual
é?"; respondi, e ele me disse: "O seu nome também é muito bonito!",
e meu coração derreteu.
Só isso já seria o
suficiente para eu escrever este texto. Apenas com esses momentos eu já poderia
fazer uma bela palestra motivacional, mas ele fez ainda mais. Quando a mãe dele
voltou, pegou uma mochila que estava com ela, e pediu para o Ítalo segurar. Ele
segurou bem firme, virou para o meu lado e disse: "Eu ajudo minha mãe porque
ela precisa muito da minha ajuda". Não tinha mais o que derreter... Meu
coração já havia ido embora...
Fiquei olhando para
aquele menino que (em minha mente limitada) tinha muitos motivos para reclamar
e ser um menino triste. E ele estava todo feliz por poder ajudar a mãe.
Aprendi três coisas com
o Ítalo:
1 - Quando as pessoas estiverem
"implicando" com a gente, a gente deve tentar ver o lado da pessoa -
pode ser apenas um "irmão mais novo maluquinho"; responda com carinho
e tente resolver.
2 - Ser feliz independentemente da situação. Quando
tudo parecer "escuro" devemos lembrar que temos, sempre, motivos para
agradecer.
3 - Por pior que sua situação possa parecer, sempre
tem uma forma de ajudar o seu próximo; basta entender que "ele precisa da
sua ajuda".
Eu queria muito ter tido
mais tempo para conversar com o Ítalo... Tenho certeza de que ele me ensinaria
muito mais!
Que você tenha um dia
lindo!
Um beijo e até semana
que vem!