MÃEZINHA DO CORAÇÃO

MÃEZINHA DO CORAÇÃO

Denize Vicente – Rio de Janeiro/RJ 

A gente cantou na escola e hoje eu sei que essa é daquelas músicas pra toda a vida. Eu canto até hoje, quando estou com a minha mãe. Eu me lembro da minha segunda série... eu, Maria da Conceição Caixeiro Caetano, Ivana Moreira Melo, Harrison Carvalho Marques, Marcelo Cardoso... Pra quem se lembra do nome e do sobrenome de cada um duzamigo (sem precisar de Facebook), lembrar a letra da música do Dia das Mães é coisa pouca.

"Minha mãezinha querida
Mãezinha do coração
Eu te amarei toda a vida
Com grande emoção
É tua esta valsinha
Feita com dedicação
Oh! Minha mãe, minha santa querida
És o tesouro que eu tenho na vida
Eu te ofereço esta linda canção
Mãezinha do coração"

Eu me lembro direitinho do presente que a gente deu pras mães, na segunda série. Era um vasinho de flores. De porcelana. A Tia Lídia deixou cada um escolher a cor que queria. Eu me lembro dele até hoje – do formato, das cores - e da emoção que foi cantar pras mãezinhas queridas.

A infância é uma fase boa demais na vida da gente; talvez seja a melhor de todas, se você tem uma família unida, se tem o carinho dos seus pais e irmãos, se vive no meio de gente que sabe rir e ser feliz mesmo com pouco, em termos de grana.

Minha família sempre foi rica. “Rica da graça de Deus”, meus pais diziam. Grana, mesmo, a gente não tinha muita. Aliás, era pouca, mesmo. Os tempos eram outros, é verdade, porque mesmo pobres tínhamos dignidade, não nos faltava teto nem roupa nem alimento nem estudo. E nunca nos faltou sorriso em casa. Hoje não tem muito disso, por aí...

Quando meus pais contam da infância deles, em condições financeiras ainda mais modestas do que as nossas, sinto a dor das dificuldades que passavam, mas sinto muito mais do que isso... sinto que eram ricos desde que eram crianças, “ricos da graça de Deus”. E eles trouxeram isso de herança quando formaram a nossa família.

Somos ricos. Muito ricos. Meu pai é muito rico, mas sobre ele eu vou falar em agosto, no Dia dos Pais. Hoje eu quero falar da riqueza da minha mãe. Da riqueza que é ter a minha mãe.

Minha mãe tem um senso de humor único e arranca algumas gostosas gargalhadas da gente. É a maior incentivadora que você pode imaginar. Por ela eu aprendi a dirigir, por ela eu me pós-graduei, progredi no trabalho, comprei minha casa, por ela eu reconheci amigos e identifiquei Falsianes, por ela eu venci. Por ela eu saberia até tocar piano, como meus irmãos, mas eles eram muito bons e eu terminei me dedicando a outras artes – a de falar, por exemplo (rsrsrsrs). Meus irmãos dirão a mesma coisa dela; os filhos emprestados que ela teve, aqueles meninos e meninas que ela recebeu e abrigou e foram criados com a gente lá em casa, por um pouco de tempo ou por muuuuitos anos, os sobrinhos de perto e de longe, todos dirão a mesma coisa: “Dona Diná é a maior incentivadora do mundo!”.

Posso destacar tantas outras virtudes dela... Minha mãe cozinha bem demais, e sabe ensinar. Pergunte ao meu pai, o mais moderno Chef da família! Mulher de visão e de precisão, confie nela. Educadora, sempre cuidou de nos preparar para a Eternidade. Inteligente, foi nossa primeira professora e todos já entramos na escola sabendo ler, escrever e fazer as quatro operações básicas da Matemática.

Ela é sábia. Sempre foi. Uma sabedoria daquelas que não se aprende nos livros de autoajuda nem na escola. Coisa de Deus mesmo! Seu colo é seguro e acolhedor. Seu olhar é revelador. E quando a gente era criança, ele bastava para nos avisar que o bicho ia pegar se a gente não parasse de fazer bestagens... 

Minha mãe tem fé. Se você está com um problema, ela é a pessoa certa para orar por você. Ela tem fé e ora de um jeito que traz conforto e confiança pra gente. Você sai leve. Certo de que Deus a ouviu. Você conhece outras mães assim, cheias de fé? Cole com elas. Mãe que ora é mãe que abraça com os braços de Deus. Mãe que ora é mãe que abençoa. Mãe que ora é tudo! E é disso que todo filho precisa.

Domingo é dia de celebrar a vida, o amor e a dedicação dessas mulheres que se tornaram mães e assumiram a responsabilidade. É dia de orar por elas, também. Por gratidão ou por misericórdia - porque a gente sabe que nem todas as mães honraram o compromisso com O Divino ao receber a bênção da maternidade...

Pense na sua mãe, pense em você como mãe, pense nas mães de tantos outros que talvez não tenham o que comemorar nesse dia... E gaste um pouco do seu tempo pra falar com Deus sobre essas mulheres. Ele pode tudo. Até mesmo mudar aquilo que já parece perdido.