terça-feira, 23 de julho de 2019

UM JARDIM PARTICULAR – Parte I

UM JARDIM PARTICULAR – Parte I
Airton Sousa – Direto de Paciência – Rio de Janeiro

Eu me lembro de algumas tardes tristes, quando precisava ficar sozinho e me dirigia ao Parque Ibirapuera, em São Paulo. Foram muitas vezes e em uma delas eu estava caminhando distraidamente pela grama molhada. Devido ao mau tempo, o lago cheio de plantas se confundia com o resto da grama, e eu, sem perceber o caminho, escorreguei e cai dentro daquele lago, sujo, cheio de lodo. Saí dali rapidamente, todo molhado, sujo e fedido. Que dia triste foi aquele!

Eu me encostei a uma árvore e chorei... e perguntava por que Deus tinha me abandonado.

Eu me lembrei desse fato quando comecei a escrever o texto de hoje, que é baseado em Lucas 22, um relato dos últimos momentos da vida de Jesus Cristo, antes de Ele morrer.

Sabe, o momento crucial na vida de Jesus Cristo foi quando ele estava sozinho no Jardim do Getsêmani. Aquele foi um dia muito triste na vida dEle. A tristeza era tão grande que ele suava gotas de sangue...


A Bíblia diz que naquele momento todos os pecados do mundo foram depositados sobre Seus ombros e Seu corpo começou a ser moído por esses pecados.

Quando eu caí naquele lago, a primeira coisa que pensei foi: “Vou morrer...”. Esse deve ter sido também o sentimento de Jesus Cristo. Ele sentiu, pela primeira vez, que estava morrendo, e pediu para o Pai tirar aquele “cálice” dEle.

Então Jesus saiu do seu retiro e foi procurar os discípulos que haviam entrado com Ele naquele jardim... mas os encontrou dormindo. E mais uma vez veio aquela sensação de solidão. Nem mesmo os amigos mais chegados conseguiam passar uma simples noite acordados com Ele. Ele lutou aparentemente sozinho.

Mas Jesus Cristo não estava só, nem desamparado. Um anjo desceu naquele momento e O amparou e confortou, animando-O e dando-lhe forças.

“Jesus então se levanta do lugar de oração. Ergue a cabeça e caminha para fora do jardim, para encontrar a multidão. Ele mantém a cabeça elevada como rei que é, daquele momento em diante até a cruz. Enquanto eles o empurram e o arrastam por todo o caminho até o calvário, Ele tem uma força e uma conduta sobrenatural. Ele aceitou o amor e o poder de seu Pai unicamente pela fé. Embora se sinta sozinho na cruz e clame, porque o pai o havia abandonado. Ele não está sozinho. No próprio fim Ele diz: “Pai nas tuas mãos entrego o meu espirito.”.” (Como Jesus tratava as pessoas – Editora Casa página 182).

Esses foram os últimos momentos na vida de Jesus Cristo. Ele teve seu próprio jardim particular de sofrimentos e orações. E venceu.

Muitos de nós enfrentamos nossos “Getsêmani” particulares. E quando isso acontece passamos pelas mesmas fases que Jesus passou, solidão e abandono, e não sabemos como vencer. Ou achamos que nunca vamos vencer.

(Continua na próxima terça.)

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Fonte/Referência:

Getsêmani ou Getsémani (pt) (em grego: Γεθσημανή, transl. Gethsēmani; em hebraico: גת שמנים, transl. Gat Shmanim, do aramaico גת שמנא, Gat Shmānê, literalmente "prensa de azeite") é um jardim situado no sopé do Monte das Oliveiras, em Jerusalém (atual Israel), onde Jesus e seus discípulos oraram na noite anterior à crucificação de Jesus. De acordo com o Evangelho segundo Lucas, a angústia de Jesus no Getsêmani foi tão profunda que "seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.". -  Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gets%C3%AAmani - acessado em 23.07.2019. 


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