UM JARDIM
PARTICULAR – Parte I
Airton Sousa –
Direto de Paciência – Rio de Janeiro
Eu me lembro de
algumas tardes tristes, quando precisava ficar sozinho e me dirigia ao Parque Ibirapuera,
em São Paulo. Foram muitas vezes e em uma delas eu estava caminhando
distraidamente pela grama molhada. Devido ao mau tempo, o lago cheio de plantas
se confundia com o resto da grama, e eu, sem perceber o caminho, escorreguei e
cai dentro daquele lago, sujo, cheio de lodo. Saí dali rapidamente, todo
molhado, sujo e fedido. Que dia triste foi aquele!
Eu me encostei a uma
árvore e chorei... e perguntava por que Deus tinha me abandonado.
Eu me lembrei desse
fato quando comecei a escrever o texto de hoje, que é baseado em Lucas 22, um
relato dos últimos momentos da vida de Jesus Cristo, antes de Ele morrer.
Sabe, o momento
crucial na vida de Jesus Cristo foi quando ele estava sozinho no Jardim do
Getsêmani. Aquele foi um dia muito triste na vida dEle. A tristeza era tão
grande que ele suava gotas de sangue...
A Bíblia diz que
naquele momento todos os pecados do mundo foram depositados sobre Seus ombros e
Seu corpo começou a ser moído por esses pecados.
Quando eu caí
naquele lago, a primeira coisa que pensei foi: “Vou morrer...”. Esse deve ter
sido também o sentimento de Jesus Cristo. Ele sentiu, pela primeira vez, que
estava morrendo, e pediu para o Pai tirar aquele “cálice” dEle.
Então Jesus saiu do
seu retiro e foi procurar os discípulos que haviam entrado com Ele naquele jardim...
mas os encontrou dormindo. E mais uma vez veio aquela sensação de solidão. Nem
mesmo os amigos mais chegados conseguiam passar uma simples noite acordados com
Ele. Ele lutou aparentemente sozinho.
Mas Jesus Cristo não
estava só, nem desamparado. Um anjo desceu naquele momento e O amparou e
confortou, animando-O e dando-lhe forças.
“Jesus então se levanta do lugar de oração. Ergue a
cabeça e caminha para fora do jardim, para encontrar a multidão. Ele mantém a
cabeça elevada como rei que é, daquele momento em diante até a cruz. Enquanto
eles o empurram e o arrastam por todo o caminho até o calvário, Ele tem uma
força e uma conduta sobrenatural. Ele aceitou o amor e o poder de seu Pai
unicamente pela fé. Embora se sinta sozinho na cruz e clame, porque o pai o
havia abandonado. Ele não está sozinho. No próprio fim Ele diz: “Pai nas tuas
mãos entrego o meu espirito.”.”
(Como Jesus tratava as pessoas – Editora Casa página 182).
Esses foram os
últimos momentos na vida de Jesus Cristo. Ele teve seu próprio jardim
particular de sofrimentos e orações. E venceu.
Muitos de nós
enfrentamos nossos “Getsêmani” particulares. E quando isso acontece passamos
pelas mesmas fases que Jesus passou, solidão e abandono, e não sabemos como
vencer. Ou achamos que nunca vamos vencer.
(Continua na próxima terça.)
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