sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O DESAMOR É UMA FACE DA MALDADE


O DESAMOR É UMA FACE DA MALDADE
Denize Vicente - Rio de Janeiro - RJ

As fábulas são pequenas histórias, narrativas breves, de feição popular, um misto de alegoria, lenda, verso ou prosa, com traços da mitologia, às vezes, em outras trazendo animais como personagens, enfim, uma narração imaginária, uma ficção; tudo para ilustrar um princípio, um preceito, um ensinamento. E foi assim que um dia eu ouvi "a fábula da convivência":

Há muitos e muitos anos, durante uma era glacial, quando parte de nosso planeta esteve coberto por grandes camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições.
Foi, então, que uma grande quantidade de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se uns aos outros, aqueciam-se mutuamente, enfrentando por mais tempo aquele frio rigoroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito... 
E aconteceu que essa não foi a melhor solução... Afastados, separados, logo começaram a morrer de frio, congelados. Os que não morreram, voltaram a se aproximar pouco a pouco, com jeito, com cuidado, de tal forma que, mesmo unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem magoar, sem causar danos e dores nos outros.Assim, suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.

Os tempos estão difíceis. Hoje vivemos uma espécie de “era glacial”, quando o amor de muitos esfriou (A maldade vai se espalhar tanto, que o amor de muitos esfriará)... É preciso corrigir isso antes que todos morram como resultado desse desamor. Antes que o ódio prevaleça.

Ontem eu li a notícia de que foi descoberto um plano para tirar a vida de uma pessoa neste sábado, dia 15. A Polícia conseguiu descobrir a tempo de evitar o assassinato. E enquanto isso as pessoas, muitas pessoas, faziam piadas, diziam “bem feito”, lamentavam a interrupção do planejamento, a impossibilidade de execução do plano. Não eram os “planejadores” lamentando. Não eram os marginais. Eram as pessoas “normais”, sabe? Elas riam, zoavam. Pessoas “normais”. Aquelas com quem convivemos no dia a dia. Gente normal, que vai pro trabalho de manhã, que brinca com o filho na pracinha, que vai ao mercado comprar tomates, como eu e você... mas que deixou o amor esfriar no coração.

Chegamos a uma era em que a vida do outro não tem valor nem mesmo para as pessoas “normais”... É a maldade se espalhando. O amor de muitos esfriando.

Convido você a repensar. Nossas palavras e nossos gestos estão misturados ao desamor que anda imperando no mundo? Ainda somos mensageiros de esperança ou nos tornamos juízes e carrascos pretendendo definir o destino dos outros?

Precisamos viver um pouco mais do amor que move e comove. O amor do Cristo que deu Sua vida por quem não merecia; que intercedeu por quem o maltratava. Precisamos de sentimento e ação, sensibilidade, empatia. A gente se distanciou do próximo. “Mas quem é o meu próximo?” (a resposta está AQUI, se você quiser saber...).

Amar, ser solidário, ter compaixão, misericórdia, respeito e carinho por quem faz parte da “nossa panelinha” é bem fácil. O que exige de nós um pouco mais de reflexão é nosso comportamento distante, indiferente e até odioso em relação aos demais. 

Quero me despedir, hoje, com a mensagem deste vídeo que circulou nos últimos dias pelas redes sociais. Que a gente descubra o quanto antes a importância de viver mais uns pelos outros, mesmo que eles não sejam exatamente como a gente gostaria que fossem. Chega de ódio. Chega de indiferença pela dor do próximo.

#maisamorporfavor.


2 comentários:

  1. Lindo! Amei. Já abracei muitos porcos-espinhos e sai ferida..
    mas já passou. Eu até abraçaria novamente.
    Um bem forte em você

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  2. Que linda mensagem minha amiga, como sempre domina bem as palavras e faz a reflexão brotar...

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