DE
CAVERNA EM CAVERNA
Eduardo Dudu Santos - Sankt Peter am Hart,
Bogenhofen, Áustria
Hoje me peguei lembrando de alguns fatos da infância, num daqueles momentos em que a gente sempre tem o costume de visitar, nas salas da memória. Quando era criança eu tinha umas tiradas que até hoje me pergunto de onde elas saíam, e foi numa dessas vezes que isto aconteceu:
Era uma noite tempestuosa, daquelas que
colocam qualquer um tremendo de medo. Passei alguns anos sem ver outra parecida...
Nossa casa ainda estava em construção e havia muitos materiais de obra e até alguns
itens improvisados onde não tínhamos o que colocar no lugar.
No alto da casa, mais especificamente na
laje, tem uma porta de acesso para se chegar à caixa d’água. Isso hoje, porque na
época era uma porta improvisada com madeira de obra e saco de entulho. Acho que
nem preciso dizer que a ventania balançava essa porta de um lado para o outro,
provocando um barulho alto e parecendo que ela cairia a qualquer momento.
Enquanto minha mãe tentava acalmar minha
irmã, instantaneamente me lembrei do verso que tinha aprendido na reunião dos Aventureiros(1),
naquela mesma tarde; tinham me ensinado o Salmo 121. Ele é bem
curto, vale a pena fazer uma pausa agora e conhecê-lo.
Quando Davi escreveu esse texto, talvez pro
blog da galera da época, ele andava sobre o fio da navalha de Saul. Era só dar
uma vacilada e sua vida poderia encontrar seu fim. Só que Davi entendia que não
deveria levantar a mão contra “o ungido do Senhor”, mesmo que fosse em sua
própria defesa; então ele vivia se escondendo pelas cavernas das montanhas de
Israel.
Daí o início do Salmo: “Elevo os olhos para os montes: ‘De onde me virá o socorro’?”. A
interrogação parece ser para nos colocar para pensar, porque Davi sabia
que não eram as cavernas que impediam Saul de encontrá-lo e matá-lo, tanto assim
que ele completa com a resposta: “O meu
socorro vem do Senhor que fez os céus e a Terra.”. Essa certeza da proteção
divina inspirava o futuro Rei de Israel a prosseguir em sua fuga, confiando que
Deus o guardava em cada passo; não eram rochas nem fendas em montanhas que o
escondiam, mas “o Guarda de Israel” - aquele que não dorme.
A perseguição de Saul não parou no momento
que Davi se deu conta de que estava seguro nas mãos de Deus, mas a segurança
foi suficiente para que ele dormisse em paz. Da mesma forma que eu e minha
família dormimos em meio àquela tempestade.
Chega dessa vida de mudar de caverna em
caverna! É hora de soluções mais definitivas, hora de socorros mais eficazes!
Deus está a postos, só esperando nossa decisão. Que a esperança dessa proteção
também seja motivo de tranquilidade pra você, daqui pra frente.
É Natal! Nasceu a esperança!
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Referências/Fontes:
(1)
O “Clube dos
Aventureiros” é, oficialmente desde 1991, um programa mundial da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, específico para crianças menores de dez anos, mas a
ideia surgiu em 1972, Washington (EUA), com um programa voltado para esse
público, sob a direção de Carolee Riegel. Com o objetivo de “facilitar à
criança partilhar sua fé, se preparar para esta vida e para a vida eterna”, o
plano piloto do Clube de Aventureiros foi iniciado em 1990 nos Estados Unidos,
na Divisão Norte Americana e no ano seguinte, em 1991, a Associação Geral dos
Adventistas do Sétimo Dia o autorizou, como programa mundial, estabelecendo
seus objetivos, currículo, bandeira, uniforme e ideais.
http://www.adventistas.org/pt/aventureiros/sobre-nos/ -
Acessado em 27.05.2018
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