terça-feira, 25 de dezembro de 2018

DE CAVERNA EM CAVERNA

DE CAVERNA EM CAVERNA
Eduardo Dudu Santos - Sankt Peter am Hart, Bogenhofen, Áustria

Hoje me peguei lembrando de alguns fatos da infância, num daqueles momentos em que a gente sempre tem o costume de visitar, nas salas da memória. Quando era criança eu tinha umas tiradas que até hoje me pergunto de onde elas saíam, e foi numa dessas vezes que isto aconteceu:

Era uma noite tempestuosa, daquelas que colocam qualquer um tremendo de medo. Passei alguns anos sem ver outra parecida... Nossa casa ainda estava em construção e havia muitos materiais de obra e até alguns itens improvisados onde não tínhamos o que colocar no lugar.

No alto da casa, mais especificamente na laje, tem uma porta de acesso para se chegar à caixa d’água. Isso hoje, porque na época era uma porta improvisada com madeira de obra e saco de entulho. Acho que nem preciso dizer que a ventania balançava essa porta de um lado para o outro, provocando um barulho alto e parecendo que ela cairia a qualquer momento.

Enquanto minha mãe tentava acalmar minha irmã, instantaneamente me lembrei do verso que tinha aprendido na reunião dos Aventureiros(1), naquela mesma tarde; tinham me ensinado o Salmo 121. Ele é bem curto, vale a pena fazer uma pausa agora e conhecê-lo.

Quando Davi escreveu esse texto, talvez pro blog da galera da época, ele andava sobre o fio da navalha de Saul. Era só dar uma vacilada e sua vida poderia encontrar seu fim. Só que Davi entendia que não deveria levantar a mão contra “o ungido do Senhor”, mesmo que fosse em sua própria defesa; então ele vivia se escondendo pelas cavernas das montanhas de Israel.

Daí o início do Salmo: “Elevo os olhos para os montes: ‘De onde me virá o socorro’?”. A interrogação parece ser para nos colocar para pensar, porque Davi sabia que não eram as cavernas que impediam Saul de encontrá-lo e matá-lo, tanto assim que ele completa com a resposta: “O meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a Terra.”. Essa certeza da proteção divina inspirava o futuro Rei de Israel a prosseguir em sua fuga, confiando que Deus o guardava em cada passo; não eram rochas nem fendas em montanhas que o escondiam, mas “o Guarda de Israel” - aquele que não dorme.

A perseguição de Saul não parou no momento que Davi se deu conta de que estava seguro nas mãos de Deus, mas a segurança foi suficiente para que ele dormisse em paz. Da mesma forma que eu e minha família dormimos em meio àquela tempestade.

Chega dessa vida de mudar de caverna em caverna! É hora de soluções mais definitivas, hora de socorros mais eficazes! Deus está a postos, só esperando nossa decisão. Que a esperança dessa proteção também seja motivo de tranquilidade pra você, daqui pra frente.

É Natal! Nasceu a esperança!



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Referências/Fontes:

(1)          O “Clube dos Aventureiros” é, oficialmente desde 1991, um programa mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, específico para crianças menores de dez anos, mas a ideia surgiu em 1972, Washington (EUA), com um programa voltado para esse público, sob a direção de Carolee Riegel. Com o objetivo de “facilitar à criança partilhar sua fé, se preparar para esta vida e para a vida eterna”, o plano piloto do Clube de Aventureiros foi iniciado em 1990 nos Estados Unidos, na Divisão Norte Americana e no ano seguinte, em 1991, a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia o autorizou, como programa mundial, estabelecendo seus objetivos, currículo, bandeira, uniforme e ideais.


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