QUE COISAS E GENTES NO MUNDO AINDA LHE DÃO ESPERANÇA?
Denize Vicente – Cidade Maravilhosa/RJ
É só ligar o rádio ou a TV, acessar a internet,
qualquer rede social ou aplicativo no celular e lá estamos nós cara a cara com
a tragédia, a loucura, a intolerância, o desamor.
Mas que coisas e gentes existem
no mundo que ainda são capazes de nos dar esperança?
Vocês sabem que eu gosto muito, muito mesmo do Rubem
Alves. Uma vez ele escreveu uma crônica contando do dia em que foi a um
restaurante em Minas Gerais e ficou de papo com o garçom - era tarde, ele era o
último cliente, e conversar com pessoas sempre lhe deu muito prazer. Trabalhava ali há mais de 25 anos. Mais da metade da sua vida. A história
é de emocionar, porque começa com aquelas coisas de saber de onde o outro é,
onde nasceu, e de repente o moço começa a contar da pobreza da infância, do
grupo escolar, do estudo só até o “primário” e do supletivo que estava fazendo,
agora que morava em BH. Foi em BH que comprou vários livros numa “livraria que
vende livros para pobres” e estava aprendendo muita coisa. Foi falando dessas
coisas pro Rubem Alves e contou a história de uma senhora que chegou ao hotel e
ele, gentilmente, lhe disse: “Por aqui, minha senhora...”, ao que ela
respondeu: “I don’t speak Portuguese”. Ele não deixou por menos: “But I speak
English.". E ele começou a conversar em Inglês com o Rubem Alves, com
aqueles “erres” dos americanos que os paulistas e mineiros têm muito mais
facilidade pra pronunciar do que a gente, aqui do Rio... Altos papos!
E você acha que acabou? Que nada! Aquele homem ainda
disse o seguinte: "E falo também Alemão!". Ahaha! Aí você, que nem eu
quando li a crônica, vai pensar: tá de brincadeira! Pois o Rubem Alves achou
que nem a gente e resolveu testar o homem pra ver qual era. Descobriu que ele
sabia mesmo. E não era aquela coisa de só saber meia dúzia de palavrinhas... ele
sabia con.ver.sar em Alemão!
Eu não me lembro do nome do personagem principal da
crônica, mas lembro que o Rubem contou que ao sair do hotel no dia seguinte
deixou uns livros para ele. E lembro mais. Ele encerrou o texto dizendo algo
assim: se estou contando pra vocês sobre esse moço, é porque ele me deu alegria
e esperança.
Há muita coisa estranha e ruim acontecendo a nossa
volta. Muita mesmo. Mas há outras maravilhosas que nos dão esperança e alegria.
Algumas pessoas, a despeito das condições mais adversas que possam estar
vivendo ou ter vivido, querem aprender, querem ensinar, querem viver.
Tenho uma aluna, na Classe de Adolescentes da minha
igreja, que fez 15 anos há poucos meses. Eu estava preparando um texto para ler
no cerimonial e perguntei a ela sobre livros – qual era o seu preferido,
quantos ela acha que já leu... e a menina não soube me dizer porque já perdeu a
conta. Foram muitos, muitos e muitos. Eu dei um, uma vez. Os olhos dela
brilharam. Uma alegria de dar esperança na gente! Ela poderia estar por aí se preocupando
apenas em ler o mínimo necessário pra passar de ano no Colégio, e no restante
do tempo inventar coisas pra aborrecer seus pais e estragar sua vida, ou
simplesmente ficar na sua, se conformar com o que tem ou apenas sonhar. Mas,
não. Ela quer livros para ler. E está estudando piano. E os seus olhos brilham
e seu sorriso alarga cada vez que fala da luta e dedicação dos seus pais e dos
planos que faz com o que está aprendendo. E se eu estou contando da Thainá pra
vocês é porque ela me dá alegria e esperança.
E você? Que coisas e gentes no mundo ainda lhe dão esperança?
P.S.
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muito difíceis por aí, difíceis mesmo, a ponto de você estar à beira de perder
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