segunda-feira, 14 de agosto de 2017

MEUS DOIS PAIS

MEUS DOIS PAIS
Hannelore Gomez

No Dia dos Pais, as lembranças do meu pai fluem na minha mente como ondas calmas e graciosas no oceano. Eu o amava de todo o coração. Ele era protetor, engraçado, respeitoso, charmoso e cortês. Desempenhou um papel importante na vida de minhas seis irmãs e na minha. Ao seu redor, nós nos sentíamos seguras, amadas e importantes. Embora fosse mamãe quem nos disciplinasse, respeitávamos nosso pai e lhe reconhecíamos a autoridade.


O ponto alto do nosso dia era quando ele voltava do trabalho para casa. Assim que ouvíamos o carro entrando, corríamos para recebê-lo com abraços e beijos. Papai entrava em casa com pelo menos quatro garotinhas penduradas nele. Brigávamos para poder comer no seu colo (era hábito dele jantar com pelo menos duas de nós no colo). 


Ele geralmente fazia coisas engraçadas com a gente. Lembro-me dele sentado na cozinha segurando uma lata de leite em pó, e todas nós em fila, com um copo de água e colher, esperando a vez de tirarmos nossa porção do leite em pó. Ele fazia com que coisas simples – como trocar um pneu furado – ficassem divertidas. Lá íamos nós, com ferramentas que mal conseguíamos carregar, tentando afrouxar os parafusos das rodas, erguer o macaco e o pneu sobressalente para substituir o furado. Obviamente, em vez de ajudar, nós tornávamos esse processo mais complicado para nosso pai, mas ele fazia com que sentíssemos que ele não poderia ter feito aquilo sem nós.

Quando tínhamos pesadelos ou molhávamos a cama, ele sempre vinha em nosso resgate. Que agradável sensação era ouvir sua voz tranquilizadora e sentir seus braços fortes ao nosso redor. 


Meu pai não era perfeito. Cometeu alguns erros com desagradáveis consequências. Porém, sem dúvida, ele moldou em nossa mente impressionável uma imagem positiva do nosso Pai celestial. Tenho mais do que certeza de que Deus, meu Pai, me ama e cuida de mim da mesma maneira, e melhor do que meu pai terrestre. Sei que Ele me carrega e me ergue em Seus fortes braços. Tenho a confiança de que Ele é meu Pai presente, na ausência do terrestre. Minha esperança é viver no Céu para sempre, ladeada por meus dois pais amados.

Meditação da Mulher – 2017 - CPB

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