sexta-feira, 13 de outubro de 2017

DAS COISAS QUE A GENTE SENTE

DAS COISAS QUE A GENTE SENTE
Denize Vicente - Oshawa - ON - Canada


Era um dia de domingo. Robert Samuel McLaughlin estava visitando a família do seu tio em Brougham e naquele dia, indo à igreja local, viu Adelaide. Tempos mais tarde confessou que a única pessoa que ele realmente viu na igreja, naquele domingo, foi Adelaide; cantando no coral, ela era uma visão da beleza! Eles tiveram apenas dois encontros e ele a pediu em casamento. Casaram-se em fevereiro de 1898 e permaneceram casados ​​até o dia em que ela morreu, em 1958.

Quando se casou, Sam era um jovem que trabalhava na empresa do pai, a McLaughlin Carriage Company. Mais tarde tornou-se o Presidente fundador da General Motors do Canadá. Adelaide era professora e fazia trabalhos importantes de caridade. Liderou, por exemplo, a campanha de captação de recursos para abrir o Hospital Geral de Oshawa, em 1910.

O casal teve cinco filhas - Eileen, Mildred, Isabel, Hilda e Eleanor - e no início de 1915 os McLaughlin alcançaram o status de "Primeira Família" em Oshawa; compraram uma propriedade para ser o local de sua nova casa, hoje conhecida como Parkwood, e a construção da mansão (1915-1917), já agora transformada em museu, foi o resultado de uma colaboração entre Sam, sua esposa Adelaide e os melhores artistas, arquitetos e paisagistas da época. Os sistemas mais modernos e incomuns de conforto e conveniência foram trazidos para o design da casa, incluindo um sistema de telefonia interno, um elevador, consoles controlados remotamente para um sistema de iluminação exterior, controles climáticos para a galeria de arte, um sistema de umidificação, sofisticados sistemas de aquecimento e água...

 

A mansão foi projetada também para entretenimento da família e dos seus muitos convidados - campo de squash, um grande conservatório de música, um órgão eólico raro, uma piscina interior aquecida, uma pista de boliche, uma sala de jogos...

X-Men (1999) foi filmado nessa mansão e atores como Salma Hayek, Drew Barrymore, Adam Sandler, Ben Affleck, Dianne Lane, Shirley MacLaine, Richard Gere, Peter Fonda, Susan Sarandon, Mike Myers e Dave Foley já filmaram em Parkwood, palco de longamentragens, filmes para TV e seriados.

E os jardins?


Gente, os jardins! Chegou a melhor parte. Contei essa história toda pra chegar aqui. Bem aqui. Nos jardins. Os melhores talentos disponíveis à época foram contratados para criar os inúmeros jardins da propriedade. E eles capricharam! A paisagem é subdividida em diversos jardins, áreas recreativas e espaço para a produção de flores, frutas e vegetais. Há “paredes” feitas de plantas – cercas vivas – que servem para evitar que a gente veja toda a paisagem de uma só vez, quase um labirinto, e há portais também feitos de plantas, pelos quais os visitantes vão passando e descobrindo outras vistas...




Foto tremida, mas é a que temos para hoje... rs
Eu estive na mansão, esta semana. Passei um bom tempo nos jardins. Sentei nos bancos - alguns deles colocados ali in memoriam de alguém (falei sobre isso no post de 27.09.2017) e senti paz enquanto descansava e ouvia o som das folhas de outono caindo. “Por favor, sente-se, descanse e sinta paz, aqui”, estava escrito na plaquinha...



Caminhei pelo “labirinto”, contemplei as flores e a grama verdíssima, sentei à sombra de umas árvores, passei pelos portais... É impressionante como estar em lugares assim nos traz saudade de um lugar onde nunca estivemos, mas com que sempre sonhamos...


Eu postei uma das muitas fotos no Facebook e um amigo me perguntou: “Você está no Jardim do Éden?”. Jardim do Éden... Nenhum de nós jamais esteve lá, mas sonhamos com um lugar assim, de paz, onde você tenha vontade de rir e sorrir, onde ouça tranquilamente o canto dos pássaros e sente “à sombra de um jatobá” sem se preocupar com nada – desemprego, violência, dor, sofrimento, contas, trabalho exaustivo, separação, morte, doenças, política, mau humor do vizinho, incompreensões... Você já sentiu saudade de um lugar assim?


Em 2015, aqui mesmo neste blog, eu falei desse tipo de saudade...
Saudade do que nem sequer já pôde viver. Saudade do que virá, dos sonhos que se vão realizar, saudade do canto de pássaros que você nunca ouviu, da pátria à qual você sempre pertenceu, mas que ainda não pisou no seu solo... um lugar onde, em maravilhoso contraste com este mundo cheio de maldades, dor e agonia, “habitará a justiça”.

E eu terminei aquele post dizendo assim:
 
Pensando bem, de todas as saudades que alguém pode sentir, a mais incrível é essa. Saudade do que virá. Sentida dentro do coração. Taí a maior verdade!
"Todavia, de acordo com a sua promessa,
esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça."
(II Pedro 3:13)
 
Eu acredito, realmente, que, um dia, o Deus em quem eu creio vai estabelecer um novo reino, novos tempos, novos céus e nova terra, e desejo, sinceramente, que pessoas queridas como eu e você possam estar juntas, pra sempre, nesse lugar. Eu aprendi, estudando, que não dá pra dizer o dia nem a hora em que isso vai acontecer, mas a gente pode reconhecer os sinais de que a promessa está perto de se cumprir.
 
Então, na boa?? Sinta essa paz. Viva essa esperança.
 
Quer saber como? Clique AQUI.
 

 

 
 

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Referências:

Parkwood Estate - 270 Simcoe Street N. - Oshawa, Ontario - L1G 4T5 - Canada



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