sexta-feira, 6 de julho de 2018

SAUDADE

SAUDADE
Denize Vicente – em trânsito.

Tenho alguns amigos queridos que continuam amados, mesmo eu não podendo vê-los com frequência. O jeito de demonstrar isso é não deixando o silêncio nos separar. É reencontrá-los sempre que for possível, e abraçá-los com sentimento. Alessandra, minha BFF, é daquelas que está sempre presente. Sempre que dá a gente se encontra. Mas algumas vezes são semanas sem a gente se ver. A gente se fala por telefone e ‘tá tranquilo - uma sabe que a outra está ali, acessível, mesmo que não se veja. Mas é só uma das duas viajar que a outra sofre.  Dá um vazio. Às vezes a viagem é mais curta do que o tempo que a gente estava sem se ver. Mas saber que a outra não estará ali, acessível... a gente não gosta não.

Há alguns anos eu descobri que no dia do meu aniversário eu perdi um amigo. Perdi para a morte, essa inimiga implacável, com quem passamos a vida inteira esbarrando. Acontece que eu só descobri isso cerca de oito meses depois e eu simplesmente queria, queria muito, que o tempo voltasse, pra um último abraço, pelo menos.
Mas o tempo não para...

Daqui a algumas horas minutos começa um novo dia, começa um novo Sábado, pra que eu me lembre da esperança, apesar da tristeza de não poder fazer o tempo voltar; pra que eu não me esqueça das promessas, embora este seja um mundo tão cheio de juramentos quebrados; pra que eu coloque em exercício a minha fé, num mundo descrente de tudo; e pra que eu me alimente com a certeza de que haverá um reencontro.

Meu querido Paulo Cesar Graça e Paz se foi e eu nem pude me despedir...
Já perdi o Anderson Cesar, minha amiga Valeria, todos os meus avôs... Já perdi primos, tios... Já perdi muita gente pra morte. Mas existe a vida eterna, e eu não os perdi pra sempre. "Deus amou o mundo de tal maneira... para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna..."
Só que por ora... fica a ausência. E isso dói. É por isso que a gente precisa curtir o amor e a amizade, porque a gente nunca sabe exatamente quando vai se ver de novo.

Ontem eu abracei e apertei forte pessoas que eu amo muito, muito mesmo. Hoje eu quero fazer isso de novo, por outros queridos, pegar o telefone agora e desejar um FELIZ SÁBADO pra quem eu desejei (ou não) semana passada, pra quem eu não vejo há meses, pra quem eu guardo no coração, embora não encontre no dia a dia. A gente nunca sabe se o encontro, o sorriso, o abraço, vão ser repetidos só na eternidade...

Que o Sábado nos dê a chance de fazer felizes aqueles a quem queremos bem; que nos dê a chance de cuidar de quem está perto de nós e demonstrar carinho até por quem, física e geograficamente, não está pertinho. E que isso nos alimente com uma saudade gostosa dos queridos que já se foram.

Feliz Sábado!

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