A
GRAMA DO VIZINHO
Larissa Oliveira – Bento Ribeiro- - Rio
de Janeiro - RJ
Em
tempos de modismos virtuais ter equilíbrio é fundamental.
A
curiosidade pela vida alheia e a fantasia da vida perfeita têm ocupado um tempo
considerável no dia a dia de muita gente. Curtidas, compartilhamentos,
seguidores, inscritos, indicam o quanto alguém é popular e influente. Uma
corrida insana de uma realidade que só existe dentro da rede.
Toda
essa exposição de imagem vem provocando em algumas pessoas um dos piores
desejos e sentimentos humanos. A inveja.
E
esse sentimento traz questionamentos incômodos, tristeza, angústia e, em
alguns, é a ponta do “iceberg” para o desenvolvimento de depressão. Uma vontade
de ser quem você não é ou não viver o que você vive. Tudo que faz sentido agora
é o que é visto no Instagram, e a sua
vida não passa de uma existência sem graça e inútil.
Você
provavelmente não tenha chegado nesse extremo, mas é sempre bom refletir sobre
o espaço que tudo isso tem tomado dentro de você.
Asafe
é o autor do salmo 73 e ele descreve sua tentação em invejar os outros (no caso,
os maus e perversos). É interessante notar que ele começa o salmo com uma
conclusão (v. 1). Mas antes de chegar a essa conclusão ele confessa que quase
perdeu a confiança em Deus por invejar os maus e os orgulhosos (v. 3).
“Os maus não sofrem; eles são fortes e
cheios de saúde. Eles não sofrem como os outros sofrem, nem têm as aflições que
os outros têm.” Salmo 73: 4 e 5
Enquanto
contemplava as vidas fartas, tranquilas e abundosas dos outros ele perdia o
foco no essencial...
Asafe
questiona até seu próprio caráter, o porquê de andar em retidão, já que iria
sofrer. Ele tenta compreender as injustiças da vida e isso só lhe causa
angústia.
“Parece que não adiantou nada eu me
conservar puro e ter as mãos limpas de pecado. Pois tu, ó Deus, me tens feito
sofrer o dia inteiro, e todas as manhãs me castigas. Então eu me esforcei para
entender essas coisas, mas isso era difícil demais para mim. Salmo 73: 14, 14 e
16
Até
que no verso 17 Asafe entra no Templo e começa e se reconectar com Deus e a
entender que conhecê-lO vai muito além de entender de dogmas ou História.
Começa a entender que conhecer a Deus vai levá-lo a uma compreensão do que é o supérfluo
e do que é o necessário.
Quando
entra no Templo ele deixa de olhar para os outros e passa a olhar para o Autor
de todas as coisas. Deus não mede nossa vida pelo que temos, deixamos de ter ou
pelo que fomos. O que vai definir nossa história é o tipo de pessoa que vamos
nos tornar (por meio da permissão que damos a Deus para transformá-la).
Asafe
assume suas fraquezas e num ato de humildade escreve estas palavras:
“Eu não podia compreender, ó Deus; era
como um animal, sem entendimento. No entanto, estou sempre contigo, e tu me
seguras pela mão. Tu me guias com os teus conselhos e no fim me receberás com
honras. No céu, eu só tenho a ti. E, se tenho a ti, que mais poderia querer na
terra? Ainda que a minha mente e o meu corpo enfraqueçam, Deus é a minha força,
ele é tudo o que sempre preciso.” Salmo 73: 22 a 26
Não
tente compreender tudo no mundo. A grama do vizinho, a vida social do colega de
trabalho, a prosperidade de alguns ou o infortúnio de outros. Preocupe-se em
ser alguém que Deus ficará orgulhoso em honrar.
“Mas, quanto a mim, como é bom estar
perto de Deus! Faço do Senhor Deus o meu refúgio e anuncio tudo o que ele tem
feito. Salmo 73:28”
E termino
com o a conclusão de Asafe. Verso 1:
“Na verdade, Deus é bom para o povo de
Israel, ele é bom para aqueles que têm um coração puro.”
Um
forte abraço!
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