terça-feira, 9 de outubro de 2018

EU ME RENDO


EU ME RENDO
Airton Sousa – Direto de Paciência – Rio

Eu vinha andando calmamente pela rua, quando passei em frente a uma casa de onde saía este som, assim: 
Oh, oh, oh, oh!
Eis me aqui, rendido estou.
Oh, oh, oh, oh!
Eu sou teu e tu és meu, Jesus...

Essa é uma música muito linda da Aline Barros e do Fernandinho. E um dos hinos mais cantados também pelo coral da minha igreja.

Talvez você nunca tenha ouvido. Mas, se você conhece, acho que já andou por aí cantando também. E acho que se arrepiou no solo da guitarra. É emocionante!

Eu já estava chegando a minha casa. E fui por ali cantando baixinho:
Oh, oh, oh, oh!...

Essa música conta de um chamado e de uma resposta. E é profundamente significativo quando ouvimos esta voz e atendemos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24).

A Bíblia conta a história de um cego. Um homem que nasceu cego e viveu cego até o dia em que encontrou Jesus. A história está no capítulo 9 do livro de João.

Um dia, esse Jesus ia caminhando quando esbarrou com aquele homem cego. Ao se encontrarem, Jesus parou, cuspiu no chão, fez um pouco de lama com a saliva, passou a lama nos olhos do cego e disse que ele fosse lavar o rosto no tanque de Siloé.
O cego foi, lavou o rosto e voltou vendo.
Os seus vizinhos impressionados com aquela cura, perguntaram:
- Será este aquele cego que vivia pedindo esmolas? Ou é alguém muito parecido com ele?
Ele respondeu:
- Sou eu mesmo. Eu me encontrei com um homem chamado Jesus, que mudou minha vida. A única coisa que sei: eu era cego e agora vejo.

Essa é a história de um homem que andou na escuridão a vida inteira, até o dia em que se encontrou com Jesus Cristo. É um cara que não tem muita coisa para contar. Não se demorou muito falando da sua família, nem de seus filhos, seus amigos. Ele não disse nada. Ele simplesmente foi encontrado por Deus e rendeu-se ao seu chamado. O cego não soube explicar; ele só sabe dizer que era cego e passou a ver. Isso bastou para ele.

Francis Thompson foi um poeta católico. Ele morreu de tuberculose com 48 anos de idade. Mas ele escreveu o poema “Celeste Cão de Caça”, que ilustra essa “perseguição” da graça e do amor de Deus. E no final, a rendição. 

Dele fugi, noites e dias adentro;
Dele fugi, pelos arcos dos anos;
Dele fugi, pelos caminhos dos labirintos
De minha própria mente; e no meio de lágrimas
Dele me ocultei, e sob riso incessante.
Por sobre esperanças panorâmicas corri;
E lancei-me, precipitado,
Para baixo de titânicas trevas de temores abissais,
Para longe daqueles fortes Pés que seguiam,
Seguiam após mim.
Mas com desapressada perseguição,
E com inabalável ritmo,
Deliberada velocidade, majestosa urgência,
Eles marcavam os passos - e uma Voz insistia
Mais urgente que os Pés -
"Todas as coisas traem a ti, que traíste a Mim".
THOMPSON, Francis. The Hound of Heaven

Quando você coloca tudo na mão de Deus, você se rende.
Ao caminharmos pela história, vemos um Deus procurando o ser humano. Buscando. Perseguindo. Eu sou fascinado por essa busca. É como se fosse uma perseguição quando a única alternativa é render-se. Porque Deus começou procurando desde o Jardim do Éden, e procura até hoje.

A palavra do dia é rendição!

Clique no link e vamos cantar juntos: Oh, oh, oh, oh! Eis-me aqui...




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