EU ME RENDO
Airton Sousa –
Direto de Paciência – Rio
Eu vinha andando
calmamente pela rua, quando passei em frente a uma casa de onde saía
este som, assim:
Oh, oh, oh, oh!
Eis me aqui, rendido estou.
Oh, oh, oh, oh!
Eu sou teu e tu és meu, Jesus...
Essa é uma música
muito linda da Aline Barros e do Fernandinho. E um dos hinos mais cantados
também pelo coral da minha igreja.
Talvez você nunca
tenha ouvido. Mas, se você conhece, acho que já andou por aí cantando também. E
acho que se arrepiou no solo da guitarra. É emocionante!
Eu já estava
chegando a minha casa. E fui por ali cantando baixinho:
Oh, oh, oh, oh!...
Essa música conta
de um chamado e de uma resposta. E é profundamente significativo quando
ouvimos esta voz e atendemos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si
mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24).
A Bíblia conta a
história de um cego. Um homem que nasceu cego e viveu cego até o dia em que
encontrou Jesus. A história está no capítulo 9 do livro de João.
Um dia, esse Jesus
ia caminhando quando esbarrou com aquele homem cego. Ao se encontrarem, Jesus
parou, cuspiu no chão, fez um pouco de lama com a saliva, passou a lama nos
olhos do cego e disse que ele fosse lavar o rosto no tanque de Siloé.
O cego foi, lavou o
rosto e voltou vendo.
Os seus vizinhos
impressionados com aquela cura, perguntaram:
- Será este aquele
cego que vivia pedindo esmolas? Ou é alguém muito parecido com ele?
Ele respondeu:
- Sou eu mesmo. Eu
me encontrei com um homem chamado Jesus, que mudou minha vida. A única coisa
que sei: eu era cego e agora vejo.
Essa é a história
de um homem que andou na escuridão a vida inteira, até o dia em que se
encontrou com Jesus Cristo. É um cara que não tem muita coisa para contar. Não
se demorou muito falando da sua família, nem de seus filhos, seus amigos. Ele
não disse nada. Ele simplesmente foi encontrado por Deus e rendeu-se ao seu
chamado. O cego não soube explicar; ele só sabe dizer que era cego e passou
a ver. Isso bastou para ele.
Francis Thompson
foi um poeta católico. Ele morreu de tuberculose com 48 anos de idade. Mas ele
escreveu o poema “Celeste Cão de Caça”, que ilustra essa “perseguição” da graça
e do amor de Deus. E no final, a rendição.
Dele fugi, noites e dias adentro;
Dele fugi, pelos arcos dos anos;
Dele fugi, pelos caminhos dos labirintos
De minha própria mente; e no meio de lágrimas
Dele me ocultei, e sob riso incessante.
Por sobre esperanças panorâmicas corri;
E lancei-me, precipitado,
Para baixo de titânicas trevas de temores abissais,
Para longe daqueles fortes Pés que seguiam,
Seguiam após mim.
Mas com desapressada perseguição,
E com inabalável ritmo,
Deliberada velocidade, majestosa urgência,
Eles marcavam os passos - e uma Voz insistia
Mais urgente que os Pés -
"Todas as coisas traem a ti, que traíste a Mim".
Dele fugi, pelos arcos dos anos;
Dele fugi, pelos caminhos dos labirintos
De minha própria mente; e no meio de lágrimas
Dele me ocultei, e sob riso incessante.
Por sobre esperanças panorâmicas corri;
E lancei-me, precipitado,
Para baixo de titânicas trevas de temores abissais,
Para longe daqueles fortes Pés que seguiam,
Seguiam após mim.
Mas com desapressada perseguição,
E com inabalável ritmo,
Deliberada velocidade, majestosa urgência,
Eles marcavam os passos - e uma Voz insistia
Mais urgente que os Pés -
"Todas as coisas traem a ti, que traíste a Mim".
THOMPSON,
Francis. The Hound of Heaven
Quando você coloca
tudo na mão de Deus, você se rende.
Ao caminharmos pela
história, vemos um Deus procurando o ser humano. Buscando. Perseguindo. Eu sou
fascinado por essa busca. É como se fosse uma perseguição quando a única
alternativa é render-se. Porque Deus começou procurando desde o Jardim do Éden,
e procura até hoje.
A palavra do dia é
rendição!
Clique no link e
vamos cantar juntos: Oh, oh, oh, oh! Eis-me
aqui...
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