quarta-feira, 4 de março de 2020

QUEM É ESSE?


QUEM É ESSE?
Larissa Oliveira – Bento Ribeiro - Rio de Janeiro - RJ        

Voltando de férias este ano eu trazia na bagagem muita coisa. Além de objetos comprados nas famosas feirinhas locais, trazia também muitas histórias, lembranças, recomendações e fotos para compartilhar com amigos e familiares. Nosso voo estava previsto para chegar ao Rio às 20h05min. Embarcamos sem nenhum imprevisto, o avião decolou pontualmente, agora era só relaxar e aguardar a chegada.

O voo transcorreu com tranquilidade... até o momento do pouso.

Às 19h45min o piloto informou que estávamos nos preparando para a aterrissagem. Alívio. Porém, cinco minutos depois ele disse para afivelarmos os cintos, pois passaríamos por um período de turbulência.

Era uma noite de instabilidade climática no Rio. Temporais se formavam no céu. Raios e trovões eram vistos com frequência e a aeronave balançava um pouco mais. As luzes se apagaram, o piloto nada mais falava, os comissários sumiram. Pela primeira vez tive medo de cair com o avião.

Minha tensão me paralisou. Não se via absolutamente nada da janela, o tempo foi passando e o avião dando voltas, voltas e mais voltas. Um clima de tensão tomou conta daquela aeronave e eu só pensava: – Puxa vida! Será que vamos cair tão perto de casa? Eu não me lembrava de mais nada que estava na minha bagagem; só pensava em quem me esperava em casa.

 
Depois daqueles minutos angustiantes, finalmente às 20h35min pousamos com segurança. Na verdade o piloto estava aguardando a melhor condição de pouso naquele clima turbulento em que se encontrava o céu. Mas a minha pergunta era: por que ele ficou calado tanto tempo?

Eu sinceramente não sei o motivo de ele ter se calado, mas de uma coisa tenho certeza: é que apesar de seu silêncio, o piloto não deixou de conduzir aquele avião por um minuto sequer.

Passamos por períodos turbulentos em nossa vida. Talvez depois de momentos de calmaria e descanso, talvez prestes a realizar sonhos e projetos, nos sentimos de mãos atadas, no ar, sem saber o que de fato vai acontecer. Pode ser que uma angústia aterrorizante nos alcance e nos faça acreditar que estamos sozinhos.

Há algum tempo, no Mar da Galileia, experientes pescadores passaram por uma situação assustadora. Esse mar, na verdade, era um grande lago, que em condições normais era bem calmo. Porém, as características geográficas de clima e relevo da região podiam fazer tudo mudar repentinamente.

“E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas [...]”
Mateus 8:24

Os discípulos de Jesus entraram em estado desespero. Acreditaram que de fato morreriam:
“Mestre, não te importa que pereçamos?” Marcos 4:38

Jesus dormia serenamente na popa do barquinho e havia sido acordado por seus discípulos em verdadeira agonia.

Ele desperta e imediatamente repreende aquela tempestade e ordena que as águas se acalmem. Com tudo em sua perfeita ordem natural, Ele diz:

“Porque estavam com tanto medo? Ainda não têm fé?” Lucas 8:25

Dominados por perplexidade e tamanha grandeza, os discípulos só conseguiram exprimir estas palavras:

         “Quem é esse que até o vento e o mar lhe obedecem?” Marcos 4:41

Quem é esse?

Esse é quem deseja que eu e você desenvolvamos uma fé tamanha, capaz de confiar na providência divina em meio ao silêncio de uma grande turbulência.

Um forte abraço!

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