QUEM É ESSE?
Larissa
Oliveira – Bento Ribeiro - Rio de Janeiro - RJ
Voltando
de férias este ano eu trazia na bagagem muita coisa. Além de objetos comprados
nas famosas feirinhas locais, trazia também muitas histórias, lembranças,
recomendações e fotos para compartilhar com amigos e familiares. Nosso voo
estava previsto para chegar ao Rio às 20h05min. Embarcamos sem nenhum
imprevisto, o avião decolou pontualmente, agora era só relaxar e aguardar a
chegada.
O
voo transcorreu com tranquilidade... até o momento do pouso.
Às
19h45min o piloto informou que estávamos nos preparando para a aterrissagem.
Alívio. Porém, cinco minutos depois ele disse para afivelarmos os cintos, pois
passaríamos por um período de turbulência.
Era
uma noite de instabilidade climática no Rio. Temporais se formavam no céu.
Raios e trovões eram vistos com frequência e a aeronave balançava um pouco
mais. As luzes se apagaram, o piloto nada mais falava, os comissários sumiram.
Pela primeira vez tive medo de cair com o avião.
Minha
tensão me paralisou. Não se via absolutamente nada da janela, o tempo foi
passando e o avião dando voltas, voltas e mais voltas. Um clima de tensão tomou
conta daquela aeronave e eu só pensava: – Puxa vida! Será que vamos cair tão
perto de casa? Eu não me lembrava de mais nada que estava na minha bagagem; só
pensava em quem me esperava em casa.
Depois
daqueles minutos angustiantes, finalmente às 20h35min pousamos com segurança. Na
verdade o piloto estava aguardando a melhor condição de pouso naquele clima
turbulento em que se encontrava o céu. Mas a minha pergunta era: por que ele
ficou calado tanto tempo?
Eu
sinceramente não sei o motivo de ele ter se calado, mas de uma coisa tenho
certeza: é que apesar de seu silêncio, o piloto não deixou de conduzir aquele
avião por um minuto sequer.
Passamos
por períodos turbulentos em nossa vida. Talvez depois de momentos de calmaria e
descanso, talvez prestes a realizar sonhos e projetos, nos sentimos de mãos
atadas, no ar, sem saber o que de fato vai acontecer. Pode ser que uma angústia
aterrorizante nos alcance e nos faça acreditar que estamos sozinhos.
Há algum tempo, no Mar da Galileia, experientes pescadores
passaram por uma situação assustadora. Esse mar, na verdade, era um grande
lago, que em condições normais era bem calmo. Porém, as características geográficas
de clima e relevo da região podiam fazer tudo mudar repentinamente.
“E
eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto
pelas ondas [...]”
Mateus
8:24
Os discípulos de Jesus entraram em estado desespero.
Acreditaram que de fato morreriam:
“Mestre,
não te importa que pereçamos?” Marcos 4:38
Jesus dormia serenamente na popa do barquinho e havia sido
acordado por seus discípulos em verdadeira agonia.
Ele desperta e imediatamente repreende aquela tempestade e
ordena que as águas se acalmem. Com tudo em sua perfeita ordem natural, Ele
diz:
“Porque
estavam com tanto medo? Ainda não têm fé?” Lucas 8:25
Dominados por perplexidade e tamanha grandeza, os discípulos
só conseguiram exprimir estas palavras:
“Quem é esse que até o vento e o mar lhe
obedecem?” Marcos 4:41
Quem é esse?
Esse é quem deseja que eu e você desenvolvamos uma fé
tamanha, capaz de confiar na providência divina em meio ao silêncio de uma
grande turbulência.
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