POR QUE TANTA ESPERA?
Denize Vicente – Em casa – Rio de Janeiro - RJ
"Conta
Camille Fiaux a história de um jovem que, decepcionado em seus amores,
entregou-se a uma tristeza sem fim, lamentando-se, definhando, considerando-se
o mais infeliz dos homens. Certa noite, quando sozinho se entregava a
lamentações sobre o mundo e a humanidade em geral, apareceu-lhe um anjo, e lhe
deu um espelho.
- Este espelho é como o mundo, que você tanto acusa: ele reflete a imagem que
lhe é apresentada. Olhe-se! Sorria! E veja se o espelho não lhe dá também um
sorriso!
O anjo fez depois o jovem prometer que, todas as manhãs, sorriria para o
espelho, e se esforçaria para conservar esse sorriso o resto do dia. O moço
cumpriu o prometido. Dentro em breve tornou-se outro, alegre, querido de todos,
e não tardou que um novo amor viesse ocupar o lugar do primeiro..." (Clarice
Lispector in Correio Feminino)
Mafaldinha, a querida Mafalda, de Quino, dizia: “Comienza tu día con una sonrisa, y verás lo divertido que es ir por ahí desentonando con todo el mundo.”.
Não dá pra ficar esperando que o mundo seja legal com a gente pra que a gente seja legal com os outros. Isso vale pra todo tipo de espera... Esperar gentileza, sorrisos, alegria...
É isso. Não dá pra ficar sentando esperando que o mundo seja legal com a gente...
Até porque há muito de tristeza, dor, maldade, grosserias, injustiças, desamor por aí...
“Assim caminha a humanidade.”
O ritmo é esse, mas você pode estabelecer a cadência dos seus próprios passos. Não é preciso, necessariamente, dançar a música que o DJ colocou pra tocar. Quem sabe você pode escolher a sua dança, não importa a música que esteja tocando?
“Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia. E essa pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e eterna, muito maior do que o sofrimento. Porque nós não prestamos atenção nas coisas que se veem, mas nas que não se veem. Pois o que pode ser visto dura apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre.” (Paulo, em carta aos Coríntios)