quarta-feira, 30 de setembro de 2020

PAZ ESTRANHA


PAZ ESTRANHA

Larissa Oliveira – Bento Ribeiro – Rio de Janeiro - RJ

 

Um dos jogos mais extraordinários a que já assisti (e quase morri) da seleção brasileira feminina de vôlei foi o das quartas de final da Olimpíada de Londres que aconteceu em 2012.

Um jogo épico que entrou para a história do voleibol mundial e quase nos levou à loucura a bordo de uma montanha russa de emoções. Momentos em que você tinha certeza da vitória e segundos depois a certeza da derrota. Momentos de visível apatia e de visível entrega ao jogo. O último set, desempate, o chamado tie-break levou nosso coração a testes intensos de sobrevivência. Felizmente saímos com a vitória e com a certeza de que aquele ouro era nosso.

Eu sou fã daquele jogo e o assisto até hoje - inclusive acabei de fazer isso. É interessante notar que sinto emoções bem parecidas com as daquele dia, mas com uma diferença: há uma paz “estranha” no meu coração, pois sei que o final será vitorioso. Eu notei que essa paz “estranha” que é ocasionada pela certeza positiva é que me fez e me faz assistir esse jogo tantas vezes. Não faria isso com o 7×1 da Alemanha em cima do Brasil no futebol, por exemplo.

Jogadores continuam no jogo porque sabem que podem vencer. Nem sempre os momentos serão de euforia e graça. Nem sempre os momentos serão de apatia e desânimo. Quando acabou a reprise do jogo eu fiquei pensando nas seguintes palavras de Jesus:

“Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo.” João 16:33

A verdade é que estamos jogando uma partida que já tem um vencedor. Sabe aquela paz “estranha” que eu disse que sentia quando assistia à reprise do vôlei? É algo parecido com o que Ele quer que sintamos no decorrer da nossa vida tão previsível e ao mesmo tempo tão imprevisível.

A paz estranha é sentir o abraço, o colo e as misericórdias de Jesus quando estamos rodeados de incertezas políticas, sociais, morais, religiosas e individuais.

A paz estranha é continuar no jogo acreditando que é um jogo jogado junto; e o mais importante: acreditando nas palavras de Jesus que disse que Ele já venceu e você vencerá também.

Que essa paz esteja na minha e na sua vida constantemente!

 

E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.

Apocalipse 21:4

Um forte abraço!

terça-feira, 29 de setembro de 2020

DIAS DE INVERNO NA PANDEMIA

DIAS DE INVERNO NA PANDEMIA 

Airton Sousa - Direto de Paciência 

 

Pois, sim, meus senhores, enquanto eu escrevo este texto olho pro relógio e vejo que mais algumas horas e o inverno terá findado. Este, sim, foi um inverno em que a vida se fechou para muitos... e muitos outros ficaram literalmente presos em suas  casas e quartos.

Neste período da pandemia  eu estava construindo minha casa, e devido a isso fiquei muito exposto e mantive contatos com muitos vizinhos que vinham apreciar a obra -  como dizia meu pedreiro,  os "engenheiros de obras prontas" do bairro. 

Tinha um amigo especial que vinha todos os dias. Ele frequentava o barzinho que fica na porta da minha casa. Eu o conhecia da igreja, mas ele era alcoólatra. E estava no bar todos os dias e nunca deixava de olhar a obra e fazer algum comentário. E mantínhamos uma conversa rápida e eu sempre lhe falava para parar com as bebidas. 

Quando fechei o muro não o vi mais... até o dia em que a igreja reabriu e eu o vi na igreja. Estava muito bem, me cumprimentou alegremente e disse que havia decidido parar com a bebida e voltar para igreja. Foi no dia 12 de agosto. E ele faleceu no dia seguinte, vítima de um infarto fulminante. 

Um dia desses, acordei pensando naquele moço e fiquei muito triste... Eu me dei conta de que não havia sentido muito a sua morte quando recebi a notícia, mas agora eu estava ali, pensando e chorando...

Que inverno!

Abri a Bíblia em João 5:28 e 29.

"Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados".

Que promessa interessante! Um dia todos ouvirão a voz de Deus. 

E a Porta se abrirá, mas dessa vez não será Jesus que entrará em nossa casa. Seremos nós que vamos entrar na casa dEle.

E nunca mais teremos dias tristes nem frios.

 

Há certas coisas na vida que têm de ser feitas antes do inverno. Uma palavra de gratidão, de amor, um gesto de carinho, um presente. Se não for hoje, amanhã poderá ser tarde.” (Com a Eternidade no Coração, CPB, página 175)

  

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Voltaremos na terça-feira!

Em razão de problemas técnicos não pudemos publicar os textos do blog esta semana.
Lamentamos pela falha...

Estaremos de volta na próxima terça-feira. 

Enquanto isso, navegue pelo site e encontre publicações anteriores. Esperamos que você encontre a mensagem de esperança, paz e força que precisa para fazer do seu dia, hoje, um dia feliz.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

TRAGÉDIA OU CHATEAÇÃO?

TRAGÉDIA OU CHATEAÇÃO?

Denize Vicente – Em casa – Rio de Janeiro - RJ

 

Folheando "Perdas & Ganhos", da Lya Luft, eu me deparei com esta frase: "Quando as coisas parecem muito ruins, ensinou-me uma amiga, pode-se indagar: 'é tragédia ou é apenas chateação?'".

Isso me fez lembrar da pergunta que faço quando meus alunos estão arrasados, "emburrados" ou dando "chilique" por conta de algum problema. Eu pergunto qual é o tamanho do problema. "Isso é um problema grande, um problema médio ou um problema pequeno?" Esse questionamento vale pra crianças e adultos. E talvez poucas vezes a gente pare pra pensar nisso, no meio da tempestade... 


Algumas vezes, só porque o problema é do outro a gente tende a minimizar as coisas; e quando é nosso a gente tende a superestimar... são sempre problemões. E o mal disso é que há uma desproporção que afeta o modo como pensamos na solução. Um problema é sempre um problema, e a gente precisa aprender isso de uma vez por todas. 

Pode ser uma tragédia ou uma chateação, mas vamos respeitar a dor de quem está passando por ele (e talvez sejamos nós mesmos), porque é um problema, ainda que seja pequeno até mesmo aos olhos da própria pessoa.

Depois de saber o tamanho do problema vem o grande lance: se a gente pensar um pouco, a gente gasta a energia certa para resolvê-lo e no momento certo. Por exemplo: problemas pequenos são sempre rápidos e facinhos de resolver; se o problema é tipo "médio", talvez a gente precise de um tempo pra que ele seja resolvido, porque certas coisas acontecem em etapas; e se for um problemão a gente vai ter em mente que algumas coisas não saem exatamente como a gente quer, e vai tentar descobrir se tem jeito ou se é uma questão de se adaptar... resiliência.

Então pense aí no tamanho daquele problema que estava tirando você do sério mais cedo... Uma tragédia ou apenas uma chateação? Lembre-se: para cada situação, uma reação proporcional, adequada e oportuna. Esse é o segredo.

“Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.”  Mateus 6:34. 


terça-feira, 15 de setembro de 2020

UM RESGATE NO MEIO DA PANDEMIA

UM RESGATE NO MEIO DA PANDEMIA

Airton Sousa - Direto da quarentena

 

Meu amigo que mora em outro Estado me ligou na madrugada de um domingo desses de inverno.

Pediu ajuda para resgatar uma sobrinha, que conseguiu se livrar de uma situação de cárcere privado, e estava perdida na cidade, tentando chegar até a Rodoviária. 

Ela contou  que o marido a tratava com violência e a mantinha presa dentro de casa. Naquela madrugada de sábado para domingo  ela aproveitou um descuido dele, que estava embriagado. Saiu assim que pode e foi descendo o morro; e foi ganhando estrada sem conhecer quase nada do Rio, seguiu em direção ao centro.

Quando meu amigo ligou, ela já estava em Botafogo. Cansada, com fome e sem dinheiro... e fazia muito frio. 

Eu acordei com a ligação e o pedido, e confesso que até pensei em inventar uma desculpa... mas era o pedido de um amigo especial. Levantei, tomei um banho e saí de casa sem pensar. Deixei pra ir pensando durante o trajeto.

Daqui de Paciência até Botafogo foi um longo caminho. Pedi pra moça se manter escondida em um banco da estação do Metrô.

A ideia era levá-la até a rodoviária, mas algo me dizia que essa na era uma boa ideia. Então eu a trouxe aqui pra casa. Cuidamos dela, alimentamos e não fizemos muitas perguntas, para evitar constrangimentos.

Providenciei o embarque para São Paulo,  de uma outra rodoviária. E foi uma boa ideia, pois eu soube, mais tarde, que o marido havia passado aquele dia inteiro na Rodoviária principal do Rio.

Foi uma operação perigosa, mas fiz sem pensar nos riscos.

Conversamos bastante, e o meu sobrinho, Miguel, fez uma brincadeira dizendo que o aniversário de cinco anos dele estava chegando. E inocentemente perguntou:

- É o seu quando é?

- É  hoje – ela respondeu. 

Compramos um bolinho e comemoramos o aniversário dela. 20 anos.

Eu pensei muito sobre esse fato. Quantos vivem situações parecidas e não sabem como escapar! Vimos muitas histórias de violência nesses últimos dias, onde os próprios familiares são os principais criminosos...

Sabe, quando tudo terminou naquela noite de domingo e o ônibus da 1001 finalmente saiu da rodoviária de Campo Grande, eu pude ir pra casa e finalmente dormir tranquilo, eu pensei: isso é graça!

"Deus ama cada um de nós como se houvesse apenas um de nós." (Agostinho)

 

https://quebrandoosilencio.org

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

VENTO, VENTANIA...

VENTO, VENTANIA...
Denize Vicente – Em casa - Rio de Janeiro - RJ

A felicidade é como a pluma 
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar


De Vinicius e Tom Jobim, “A Felicidade” traduz em versos o que a gente já sabe: felicidade, nesta vida, não é bem durável. Aqui, pra que se prolongue a felicidade, é preciso que haja vento sem parar.

Tá ventando aí na sua vida?

Conta-se a história de um cara chamado Nicodemos. Ele viveu nos tempos de Jesus Cristo e era líder dos judeus. E acontece que uma noite, assim bem na calada da noite, ele foi procurar o Mestre dos judeus, Jesus. A certa altura da conversa entre eles, o Mestre disse assim: “Assim como você pode ouvir o vento, mas não pode dizer de onde ele vem ou para onde vai depois, assim é com o Espírito.” (João 3:8 - NTLH).

Mesmo sendo um famoso professor do povo de Israel, Nicodemos não entendeu nadica de nada, e Jesus, pacientemente, explicou pra ele – e você pode ler a explicação AQUI.

Sabe, a gente não conhece o caminho do vento; o vento sopra onde quer e a gente não sabe de onde ele vem nem para onde vai; mesmo assim ele é capaz de fazer maravilhas, como, por exemplo, manter uma pluma no ar, a felicidade viva, como diz a música do Tom e do Vinicius.

E tão misterioso quanto o caminho do vento é o jeito como Deus age na vida das pessoas, quando elas se deixam levar por Ele. O Espírito de Deus é capaz de fazer um homem “nascer de novo, mesmo sendo velho” (João 3:4) – o que, vamos combinar, é uma “obra” impossível de se compreender.

Nascer de novo é se tornar uma nova pessoa, é ver nascer uma flor num solo que era seco, árido. Não dá pra entender...

É como andar e em volta de si carregar uma luz, de modo que qualquer um que passe por perto ou de longe possa ver as belíssimas obras, inexplicáveis também, realizadas por intermédio de Deus (João 3:21).

Depois que o vento sopra, aquele que praticava o mal, odiava a luz e nem chegava perto dela com medo de que suas obras más aparecessem, agora é praticamente um farol!

Vento, ventania, me leve para as bordas do céu”, diz a letra de outra música.

A gente desconhece o caminho dos ventos e raramente compreende as obras de Deus... mas se até a felicidade depende de um vento sem parar, que diremos eu e você?

E depois que você estiver vivendo a nova vida, depois que o vento ventar... não queira mais voltar atrás.

"Vento, ventania
Vento, ventania
Oh oh, me leve mas não me faça voltar."


_____________________________

Referência:

A Felicidade – Tom Jobim e Vinicius de Moraes – disponível em https://www.youtube.com/watch?v=BLtLNGKDPz8 – acessado em 11.09.2020.
 
Vento, Ventania - Alvaro Prieto Lopes / Bruno Leonardo Brugni Nunes / Carlos Augusto Pereira Coelho / Carlos Beni Carvalho De Oliveira / Elsio Da Silva / Miguel Flores Da Cunha.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

CORAGEM NO MEDO



CORAGEM NO MEDO
Larissa Oliveira – Bento Ribeiro - Rio de Janeiro - RJ              

A coragem pode ser considerada uma virtude do ser humano. Seu conceito pode designar bravura, determinação, valentia, hombridade etc. Mas esse conceito pode nos levar a crer que a coragem joga fora toda a preocupação, incerteza, medo.

Certa ocasião eu estava responsável pelo filho de uma amiga em um passeio que fizemos na praia. Ao atravessarmos a rua e numa fração de segundos o menino solta da minha mão e atravessa a rua. Uma moto colide de frente com ele e ele cai a alguns metros de distância. Eu paralisei, o chão se abriu embaixo dos meus pés. Nunca senti um medo tão grande em toda minha vida. Mas rapidamente algo muito maior do que o medo despertou dentro de mim uma coragem que eu também nunca havia experimentado. Não sei como, mas conseguimos levá-lo ao hospital mais próximo e ele recebeu atendimento e graças a Deus foi liberado em seguida com poucos arranhões.

Ei, hoje eu estou aqui pra dizer que quando você descobrir algo que é mais importante que o medo você vai conseguir botar aquele projeto pra frente. Vai conseguir falar com aquela pessoa, vai sair da inércia, dessa paralisia funcional.

O medo é positivo quando nos afasta do perigo, nos protege e nos dá senso de limites. Porém o medo é prejudicial quando ele começa a alimentar nossas desculpas, nossas justificativas que nos mantêm infelizes e inertes. Coragem não é ausência do medo. Coragem é você não se deixar paralisar e ser dominado por ele. É você encontrar motivos que te levem a ação, apesar das dificuldades.


E, creia, você nunca estará sozinho nessa difícil tarefa!

Sobre o Salmo 27 gostaria de compartilhar o comentário abaixo:

         “Qual a realidade que Davi estava enfrentando? Oh, tantas coisas. O que traz mais medo ao seu coração? Davi estava diante de uma série de coisas que poderiam ser assustadoras para nós: inimigos perversos, exércitos e a própria guerra, o dia da angústia, o sentimento de abandono, falsas testemunhas, opressores e violência. Imagine o terror que poderia vir de apenas uma dessas situações! Como poderia qualquer mortal não ter medo?
         Não importa o perigo que nos confronte, Davi descreve o Templo como o lugar onde Deus nos esconde e nos mantém seguros. O templo não é mais um edifício aqui na Terra. O templo está no Céu e em todo o lugar onde a presença de Deus possa estar (Heb 8:1-6, 1 Cor 6:19; 1Pe 2:5).
         Então, como é que vamos correr para o templo? Para Davi, estar no templo representava contemplar a beleza do Senhor, buscar a Sua face, meditar na Sua bondade e santidade (Sl 27:4, 8, 11, 13). Assim, corremos para o templo sempre que buscamos ao Senhor. Se todo o nosso coração descansa em Sua paz e alegria completas, o medo [paralisante] não pode encontrar qualquer espaço.
         Nós, então, como Davi, podemos cantar louvores, mesmo quando rodeados por inimigos (Sl 27:6). Verdadeiramente Deus é o único capaz de nos salvar de toda e qualquer coisa que possa nos trazer medo. Por isso, permitamos que Ele nos salve! Ao confiarmos em nosso poderoso Refúgio, nossos corações serão encorajados.”
Marla Samaan Nedelcu - Universidade Andrew

E saiba que: “Até um par de asas pode se tornar um peso quando falta coragem.”. Zack Magiezi

Um forte abraço!