terça-feira, 29 de setembro de 2020

DIAS DE INVERNO NA PANDEMIA

DIAS DE INVERNO NA PANDEMIA 

Airton Sousa - Direto de Paciência 

 

Pois, sim, meus senhores, enquanto eu escrevo este texto olho pro relógio e vejo que mais algumas horas e o inverno terá findado. Este, sim, foi um inverno em que a vida se fechou para muitos... e muitos outros ficaram literalmente presos em suas  casas e quartos.

Neste período da pandemia  eu estava construindo minha casa, e devido a isso fiquei muito exposto e mantive contatos com muitos vizinhos que vinham apreciar a obra -  como dizia meu pedreiro,  os "engenheiros de obras prontas" do bairro. 

Tinha um amigo especial que vinha todos os dias. Ele frequentava o barzinho que fica na porta da minha casa. Eu o conhecia da igreja, mas ele era alcoólatra. E estava no bar todos os dias e nunca deixava de olhar a obra e fazer algum comentário. E mantínhamos uma conversa rápida e eu sempre lhe falava para parar com as bebidas. 

Quando fechei o muro não o vi mais... até o dia em que a igreja reabriu e eu o vi na igreja. Estava muito bem, me cumprimentou alegremente e disse que havia decidido parar com a bebida e voltar para igreja. Foi no dia 12 de agosto. E ele faleceu no dia seguinte, vítima de um infarto fulminante. 

Um dia desses, acordei pensando naquele moço e fiquei muito triste... Eu me dei conta de que não havia sentido muito a sua morte quando recebi a notícia, mas agora eu estava ali, pensando e chorando...

Que inverno!

Abri a Bíblia em João 5:28 e 29.

"Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados".

Que promessa interessante! Um dia todos ouvirão a voz de Deus. 

E a Porta se abrirá, mas dessa vez não será Jesus que entrará em nossa casa. Seremos nós que vamos entrar na casa dEle.

E nunca mais teremos dias tristes nem frios.

 

Há certas coisas na vida que têm de ser feitas antes do inverno. Uma palavra de gratidão, de amor, um gesto de carinho, um presente. Se não for hoje, amanhã poderá ser tarde.” (Com a Eternidade no Coração, CPB, página 175)

  

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