DIAS DE INVERNO NA PANDEMIA
Airton Sousa -
Direto de Paciência
Pois, sim,
meus senhores, enquanto eu escrevo este texto olho pro relógio e vejo que mais
algumas horas e o inverno terá findado. Este, sim, foi um inverno em que a vida
se fechou para muitos... e muitos outros ficaram literalmente presos em
suas casas e quartos.
Neste período da
pandemia eu estava construindo minha casa, e devido a isso fiquei muito
exposto e mantive contatos com muitos vizinhos que vinham apreciar a obra -
como dizia meu pedreiro, os "engenheiros de obras prontas" do
bairro.
Tinha um amigo
especial que vinha todos os dias. Ele frequentava o barzinho que fica na porta
da minha casa. Eu o conhecia da igreja, mas ele era alcoólatra. E estava no bar
todos os dias e nunca deixava de olhar a obra e fazer algum comentário. E mantínhamos
uma conversa rápida e eu sempre lhe falava para parar com as bebidas.
Quando fechei o
muro não o vi mais... até o dia em que a igreja reabriu e eu o vi na igreja.
Estava muito bem, me cumprimentou alegremente e disse que havia decidido parar
com a bebida e voltar para igreja. Foi no dia 12 de agosto. E ele faleceu no
dia seguinte, vítima de um infarto fulminante.
Um dia desses,
acordei pensando naquele moço e fiquei muito triste... Eu me dei conta de que
não havia sentido muito a sua morte quando recebi a notícia, mas agora eu
estava ali, pensando e chorando...
Que inverno!
Abri a Bíblia em
João 5:28 e 29.
"Não fiquem admirados com isto, pois está chegando
a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os
que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal
ressuscitarão para serem condenados".
Que promessa
interessante! Um dia todos ouvirão a voz de Deus.
E a Porta se
abrirá, mas dessa vez não será Jesus que entrará em nossa casa. Seremos
nós que vamos entrar na casa dEle.
E nunca mais
teremos dias tristes nem frios.
“Há certas
coisas na vida que têm de ser feitas antes do inverno. Uma palavra de gratidão,
de amor, um gesto de carinho, um presente. Se não for hoje, amanhã poderá ser
tarde.” (Com a Eternidade no Coração, CPB, página 175)
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