terça-feira, 30 de janeiro de 2018

ESTAVA ALI

EM FEVEREIRO A GENTE VOLTA COM TEXTOS INÉDITOS E OUTRAS NOVIDADES!
Até lá, continue com a gente, refletindo sobre coisas
que podem mudar o rumo da sua vida em 2018. 

ESTAVA ALI
Airton Sousa - Rio de Janeiro/RJ

Daqui da janela do prédio onde trabalho eu tenho o privilégio de contemplar uma das paisagens mais lindas do mundo. A Praia de Botafogo com suas dezenas de barcos e barquinhos ancorados e ao fundo o Pão de Açúcar é um charme irresistível de dia e à noite, e ainda nos presenteia com um pôr do sol de tirar o fôlego. Já faz umas três semanas, eu olho na mesma direção todos os dias e contemplo esse mesmo quadro, deslumbrado. Até postei, outro dia, no Facebook, que eu trabalho e moro no lugar onde a maioria dos meus amigos passa as férias. 

 
Cada dia descubro algo nesta cidade maravilhosa. Mas hoje foi demais! Na hora do almoço tive um encontro espetacular com um dos maiores cartões postais do mundo - e uma das sete maravilhas do mundo moderno*. Na hora do almoço, totalmente perdido por estas ruas de Botafogo, que nunca sei se são do Botafogo mesmo ou do Flamengo, entrando aqui e saindo no mesmo lugar, de repente... eu vejo à minha frente a estátua do Cristo Redentor.

Assim mesmo: do nada. Eu vi o Cristo com seus trinta metros de altura. Mil cento e quarenta e cinco toneladas de concreto armado. Posicionado num morro de setecentos e dez metros acima do nível do mar, ali estava a estátua brasileira mais famosa no mundo.


Eu olho, admiro e me emociono com toda essa arquitetura, tão próxima de mim. Totalmente surpreso, olho para as pessoas, pensando que estão tendo o mesmo impacto que eu.
- Gente, é o Corcovado! Aqui na nossa frente! - mas eles não se surpreendem, dando a impressão de que o Cristo sempre esteve ali. E, de repente, me vejo dentro de uma crônica de Nelson Rodrigues, tentando me explicar o óbvio ululante. A visão do Cristo de braços abertos é uma coisa tão clara e tão patente que chega a ulular.

Lembrei-me de um momento muito triste na minha vida, quando eu estava sozinho numa mesa, em uma noite fria, algumas garrafas amargas de cerveja quente, com um cinzeiro entupido de pontas de cigarros, chorando copiosamente e perguntando por que Deus havia me abandonado.

Naquele momento eu pude ouvir e sentir, claramente, a presença de Deus e Sua voz dizendo: “...Não te deixarei nem te desampararei.” (Hebreus 13:5).

Tão óbvio como o cartão símbolo do Rio aparece para o carioca mesmo em dias nublados e chuvosos, assim, desse mesmo modo, Deus se nos apresenta com seu amor inesgotável, suas misericórdias renovadas, manhã após manhã, e nos convida: “Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomais sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde do coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mateus 11:28-30).

Volto extasiado para o trabalho e comento com meus novos colegas:
- Eu vi o Cristo Redentor lá fora.
- É, sim, mas ele sempre esteve lá, no mesmo lugar... Espere! Você é novo aqui no Rio... Logo, logo se acostuma.


Levanto os olhos, olho pela janela e lá está ele novamente. O Cristo Redentor ao meu alcance, na minha janela lateral.

“Na  fraqueza achei tua força
No vazio achei teu abraço
Eu pensei estar só, mas percebi
Havia alguém ali, você estava ali
Já nasceu outro dia, posso levantar e viver
(Sergio Saas e Raiz Coral)


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Referência:
* As novas sete maravilhas do mundo – Disponível em http://super.abril.com.br/voce-sabe-quais-sao-as-novas-sete-maravilhas-do-mundo-confira-aqui - acessado em 25.04.2016

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