A
EXPERIÊNCIA DA BELEZA TEM DE VIR ANTES
Larissa Oliveira – Bento Ribeiro – Rio de
Janeiro - RJ
Como
ensinar
“Se eu fosse ensinar a uma criança a
arte da jardinagem, não começaria com as lições das pás, enxadas e tesouras de
podar. Eu a levaria a passear por parques e jardins, mostraria flores e
árvores, falaria sobre suas maravilhosas simetrias e perfumes; a levaria a uma
livraria para que ela visse, nos livros de arte, jardins de outras partes do
mundo. Aí, seduzida pela beleza dos jardins, ela me pediria para ensinar-lhe as
lições das pás, enxadas e tesouras de podar.
Se fosse ensinar a uma criança a beleza
da música, não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as
melodias mais gostosas e lhe falaria sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o
mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as
bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da
beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes.
Se fosse ensinar a uma criança a arte
da leitura, não começaria com as letras e as sílabas. Simplesmente leria as
estórias mais fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da fantasia.
Aí então, com inveja dos meus poderes mágicos, ela desejaria que eu lhe
ensinasse o segredo que transforma letras e sílabas em estórias.”
Rubem Alves in Ostra
feliz não faz pérola
– Editora Planeta do Brasil, 2008
Se
eu pudesse dar um conselho para alguém hoje sobre como conhecer a Deus, com
certeza seguiria o método de Rubem Alves.
Antes
de apologética ou concílios teológicos; antes de memorizar repertório
doutrinário ou se enquadrar nos padrões tradicionais religiosos é necessário
ter a experiência da beleza de Deus que vai além da letra ou da palavra.
Entender
por meio de fascinantes histórias o grande amor que Ele teve e tem por Seus
filhos ao longo do tempo.
Enxergar
a Natureza como o lar deslumbrante que preparou pra nós. Desde as montanhas
imponentes e mares impetuosos até a beleza de um pôr do sol e o desabrochar de
uma flor.
Admirar
o corpo como um grande e inteligente sistema que mantém nossa vida.
Perceber
o cuidado de Deus em nos proporcionar família, amigos, trabalho...
Considerar
até as dificuldades que em muitos casos nos ajudam a mudar e crescer.
“Pois desde a criação do mundo os
atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido
vistos claramente [...]” Romanos
1:20
Compreender
a sublimidade do ato de Cristo na cruz é o início do conhecimento de Deus, pois
apesar da dor e da tristeza há encanto nesse ato; há graça nesse ato. E há
amor, muito amor.
É
necessário conhecer a Deus, antes de tudo, por meio da experiência da beleza.
Um
forte abraço!
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