A ESCOLHA DE PEDRO
Por
João Octávio Barbosa
Que
maravilha, um feriado nacional! Todos nós sabemos o porquê dele, não é verdade?
Mas eis aqui alguns detalhes que eu estudei, e que talvez você não saiba:
Em
meados de 1822, um ano após seu pai, D. João VI, ter voltado para Portugal,
Pedro (futuro D. Pedro I) estava sofrendo pressões dos portugueses para também
viajar para A Europa. Havia uma escolha a fazer.
Entre
voltar e ficar, Pedro decidiu permanecer no Brasil e proclamou a definitiva
separação de Portugal, tornando o Brasil independente. Em homenagem a esse dia
tão importante você está em casa hoje. Se você está trabalhando, pelo menos
está ganhando hora extra. Se nem isso, bom, no seu caso, você nem precisa Temer a reforma do golpista, porque seus
direitos profissionais estão prejudicados desde já. Pêsames.
Mas
o então futuro primeiro Imperador do Brasil não foi o primeiro Pedro a fazer
uma escolha difícil. Retroagindo mais ou menos uns 1.800 anos na História,
chegaremos ao discípulo Pedro, que tinha uma posição de líder entre seus
colegas apóstolos após a morte e ressurreição de Jesus. Por três anos e meio
Jesus manteve um grande grupo de seguidores, mas um time menor, mais seleto,
mais íntimo, de doze homens, que chamou de “apóstolos”.
Esse
grupo fica desfalcado após a traição e o suicídio de Judas Iscariotes. Essa
lacuna soava errado... Tudo fora vivido e planejado na expectativa de que esse
grupo de doze homens continuasse a obra de Jesus. E eles estavam se sentindo
incompletos. Pedro sentiu-se na incumbência de resolver esse incômodo. Apenas
100 segundos e você lê Atos
1:15-26.
Matias
é nosso Perfil Sem Curtidas de hoje. Com todos os méritos, diga-se de passagem.
Quantas pessoas sabem que ele foi discípulo de Jesus? Poucos, até entre os que
leem a Bíblia regularmente. Muitas pessoas afirmam que, na prática, o
substituto de Judas como 12° homem foi Paulo, pela sua extensa obra. Mas em
passagens de Atos, e até nos livros do próprio Paulo, o grupo de 12 apóstolos
permanece sendo citado sempre sem incluir Paulo.
Matias
existiu e foi importante. Só não sabemos no quê. Afinal, individualmente, ele
não é citado na Bíblia mais nenhuma vez. O trecho que lemos (espero que você
tenha lido, ainda dá tempo, está no link ali em cima e aqui outra vez) mostra
que Matias não estava à toa, na disputa. O requisito principal, veja o verso 21, era ter estado
com Jesus nos três anos e meio de ministério, desde o batismo de João Batista.
Jesus tinha muitos seguidores (no momento da escolha de Matias havia 120 pessoas
presentes), e não só os 12 discípulos. Matias e outros faziam parte de uma
espécie de “cadastro de reserva” para o concurso público “apóstolo de Jesus”.
Além
disso, para entrar nessa vaga ele passou pelo crivo da orientação de um Deus
que é “conhecedor do coração de todos” (verso 24). Após a oração
para que a escolha fosse aprovada por Deus, os próprios participantes da
reunião ratificaram o processo de escolha através do voto comum (versos 23 e 26).
Com
tudo isso em vista, dá para ter fé de que a obra realizada por Matias neste
mundo para a divulgação do evangelho de Cristo tenha sido de grande valor.
Apesar de não sabermos quase nada sobre ela, não deixou de ser o suficiente
para que “Matias” seja um nome que aparecerá em um dos “doze fundamentos do
muro da cidade” santa, a Nova Jerusalém (Apocalipse 21:14). Nem
mais, nem menos do que Pedro, João, Tiago ou Mateus.
A
Bíblia é cheia de nomes. Todos têm alguma história. Algumas histórias maiores,
outras menores. A de Matias é muito interessante, mas muito discreta. No
entanto, não deixa de servir para a gente. O homem que venceu a disputa contra
outro que se chama “José Barsabás, o justo”. Matias se sagrou melhor do que o
justo. Pouca coisa para você?
Não
peço que concordem, espero que reflitam!
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