terça-feira, 2 de julho de 2019

O TEMPO NÃO PARA

O TEMPO NÃO PARA
Airton Sousa – Direto de Paciência – Rio de Janeiro

Dia desses dias passei por uma experiência um tanto constrangedora, ou engraçada, dependendo do ponto de vista.

Estava eu no trem, encostado na porta, todo moderno, com fones no ouvido e ligado no celular, quando uma jovem me ofereceu o lugar, nos bancos destinados a idosos.
- Tio, senta aqui! O lugar é seu.

Mas eu fiquei indignado! Recusei o lugar e quase perguntei se ela estava me chamando de velho. Pensando melhor, não perguntei.

Lembrei que no ano passado, eu fui a São Paulo e entrei na fila da bilheteria do metrô, e uma pessoa cheia de boas intenções me informou:
- Tio, aqui em São Paulo, quem tem mais de 60 anos não paga passagem.

Totalmente resignado.

A moça da padaria, perguntou outro dia a minha idade e quando respondi, ela me disse que não parecia que eu tinha aquela idade. Tai! Uma pessoa me achou mais novo do que eu sou.

Hoje estava aqui pensando: do que adianta aparentar ter uma idade que não temos? O tempo chega uma hora ou outra para todo mundo, não é mesmo?

Procurando em meus guardados e escritos encontrei algo muito interessante sobre o relógio da vida:

Faça de conta que uma vida de 70 anos foi concentrada num dia, das sete da manhã às onze da noite, e veja como é eloquente a fugacidade do tempo. Se hoje você tiver:
15 anos, são 10h25
20 anos, são 11h34
25 anos, são 12h42
30 anos, são 13h51
35 anos, são 15h
40 anos, são 16h08
45 anos, são 17h16
50 anos, são 18h25
55 anos, são 19h34
60 anos, são 20h42
65 anos, são 21h51
70 anos, são 23h

O que você acha? Ficou sério? E veja como a coisa é muito mais séria se você lembrar que o ser humano dorme em média 8 horas por dia. Quer dizer que alguém que viver 75 anos, terá passado 25 anos dormindo. (Mais Semelhantes a Jesus – Alejandro Bullón, CPB, p. 130)

Você se lembra daqueles relógios de ampulhetas? Eu tinha um daqueles e gostava de ficar vendo a areia cair sem retornar. Havia um momento em que a parte superior ficava completamente vazia; apesar de demorar muito, acontecia, e aí, era só virar de ponta cabeça e a areia voltava a cair, dando a ilusão de que a vida continuava.

A Bíblia nos ensina que devemos apresentar a Deus todos os momentos que envolvem nossa vida. Alegria, sonhos, desejos, nossas vitórias e derrotas.

O tempo vai passar, mas se tudo estiver em suas mãos não precisamos ter medo do futuro.

 “Ainda que me abandonem pai e mãe, o Senhor me acolherá.” (Salmo 27:10).

Nossos dias são feitos de provas e livramentos. Mesmo quando estamos no nosso limite, mesmo que nos sintamos abandonados por tudo e por todos e acharmos que vamos ter que seguir nosso caminho sozinhos. É nessa hora que percebemos as providências divinas.

Meu relógio aponta 19h34; não estou sozinho e tenho certeza de que Deus sempre me acolherá. Que seja assim com você também!

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