(Por
Eduardo Santos)
Sempre me disseram que eu era uma pessoa muito
expressiva. De certa forma, é uma característica vantajosa, mas não em todas as
situações. Certa vez, estava numa aula de artes que falava sobre algum
movimento artístico contemporâneo. Como esperado, não era algo parecido com a
arte clássica, era bem mais abstrato.
A professora começou a descrever uma cena, enquanto eu
me esforçava para imaginar. No fim das contas, fui chamado à atenção por,
supostamente, estar debochando da aula. Fiquei sem entender, mas, depois de um
tempo, percebi que estava com a sobrancelha levantada enquanto pensava. E o
pior de tudo: não cheguei a montar o cenário descrito.
Não entender a mensagem passada não é nenhum problema
quando o assunto não é de profunda importância ou não se trata de uma
necessidade urgente, mas, e quando é?
Há dois anos, tive aula de Cálculo II com um professor
que não se fazia entender direito. Era desesperador perceber que o ruído na
comunicação me impedia de obter a compreensão necessária. Talvez você já tenha
passado por alguma situação parecida, talvez todos já tenhamos tido essa
oportunidade. Mas teve alguém que se deparou com um caso perturbador:
Nicodemos. Numa noite qualquer, Nicodemos foi se encontrar com Cristo e
perguntou o que era necessário para ser salvo, ao passo que Cristo responde que
seria necessário que ele nascesse de novo.
A inquietação de Nicodemos com a resposta de Jesus é
expressa em seu questionamento seguinte. Com toda a razão; afinal, como poderia
alguém já crescido voltar ao ventre de sua mãe?
Nascer da água e do espírito é uma necessidade que
todos temos. O novo nascimento representa a decisão de abdicar de vontades e
inclinações próprias para colocar Cristo como Senhor e Salvador de nossa vida.
No mundo em que vivemos, constantemente incorporamos
ideologias, filosofias, costumes que nos distanciam do ideal do céu. Se nosso
desejo é obter a salvação, como Nicodemos, a resposta de Cristo para nós é a
mesma: importa renascer.
É uma tarefa diária que envolve profunda persistência,
como muito bem enfatiza a escritora Ellen White no livro “Mensagem aos Jovens”.
A cada dia temos a oportunidade de pedir a Deus que nos possibilite sempre
progredir na tarefa de crescimento no caráter, de ter paciência e consciência
de que a transformação não é de uma hora para a outra. Precisamos pedir que
Deus nos ajude, hoje, a sermos melhores do que ontem, e assim por diante.
Eu e você estamos juntos nessa caminhada. Em alguns
momentos, pode ser que nos desencontremos, mas, no final da estrada, espero me encontrar
com você para lembramos de nossas histórias. Por mim, o encontro já está
marcado; e por você?
Um grande abraço!
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