(Por Airton Sousa)
Todo finalzinho de ano eu participava da
tradicional brincadeira entre os funcionários da firma em que eu trabalhava, e
que aqui no Rio chamamos de “amigo oculto”, mas lá onde eu morava era “amigo
secreto”. Nunca perdi uma brincadeira dessas, principalmente nas empresas. Mas houve uma
dessas brincadeiras que me surpreendeu... A pessoa se levantava e antes de
entregar o presente citava alguma qualidade ou defeito do seu amigo secreto.
“Meu
amigo secreto é um cara muito legal, o mais legal da empresa”. “Oba!”, pensei
comigo, “esse cara sou eu”. Não era.
“Meu
amigo secreto, é bacana, um amigão de todos...”. “Agora sou eu!” Também não.
“Meu
amigo secreto, é super! Sincero, sorridente e tem sempre uma boa piada, ou uma
boa história para contar...” Nessa hora, eu já estava pronto pra me
levantar, certo de que o presente era meu; mas também não era.
A brincadeira estava chegando ao fim... e
nada de eu ser presenteado.
Lá pelo final da brincadeira chegou a vez
do Damon Alexandre anunciar seu amigo secreto, e ele o fez com as seguintes
palavras, que eu nunca me esquecerei: “O
meu amigo secreto, é o cara mais polêmico da agência...”. Nem terminou e eu
só ouvi o coro: “Airton, Airton, Airton...”.
Por essa eu não esperava.
Guardei isso comigo até o dia em que contei
essa história para minha amiga Natalia Piloto, que me fez a seguinte pergunta: -
“Ué, você não tem espelho em casa?”.
E foi aí que me olhei no espelho. E é de
espelho que vou falar hoje. É quando eu sei que sou bom demais, o mais
preparado para determinada função, o melhor blogueiro, aquele que leva mais
curtidas e compartilhamentos, um cara sensacional, amigão... e descubro que
nada disso me serve se eu não pratico diariamente a coisa mais importante que
devo praticar no meu dia a dia.
Nos dois textos anteriores, apresentei duas
listas importantes para a felicidade. Hoje eu quero apresentar a mais
importante de todas.
1. Eu poderia falar todas as línguas que
são faladas na terra e até no céu, mas se não tiver amor, as minhas palavras
serão como o som de um gongo ou como um barulho de um sino.
2. Poderia ter o dom de anunciar as
mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter
tanta fé que até poderia tirar as montanhas do seu lugar, mas, se não tiver
amor, eu não serei nada.
3. Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo
entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tiver amor, isso não me
adianta nada.
4. Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama
não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.
5. Quem ama não é grosseiro nem egoísta,
nem polêmico (isso aí é comigo); não fica irritado, nem guarda mágoas.
6. Quem ama não fica alegre quando alguém
faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo.
7. Quem ama nunca desiste, porém suporta
tudo com fé, esperança e paciência.
Quando me olhei no espelho lembrei que,
quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, brincava como
menino, mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Mas
agora me olhando no espelho vejo um enigma - o que me tornei, o que posso ainda
me tornar, e o que preciso acrescentar à minha vida para ser feliz.
E o tal do “punch line”, o remate para tudo
que escrevi não apenas para estes três textos, mas para todos, é o seguinte: “Portanto, agora existem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor. Porém, a maior delas é o amor.”
Sem amor, tudo fica sem sentido, nada faz
sentido. É tudo vaidade. É correr atrás do vento.
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Nota
do amigão: Estou tentando ser menos polêmico, a cada dia.
Cara, que sequência de textos maneira. Muito maneiro, adorei. Demais, amigão!
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