PREÇO
(por Jackson Valoni)
“Senhoras
e senhores, desculpe estar interrompendo o silêncio de sua viagem. O camelô
traz pra vocês...”
Sou superfã desses caras.
Faz bastante tempo que não ando de trem no
Rio de Janeiro, mas de 2005 a 2007 eu embarcava na estação de Madureira e
seguia viagem até São Cristóvão, de segunda a sexta. Não tenho aquelas viagens
como experiências emocionantes, daquelas que respiramos fundo e esboçamos um
sorriso no canto dos lábios... definitivamente, não. Mas não tenho como deixar
de lembrar, com um sentimento estranhamente agradável, dos vendedores ambulantes
que diariamente apresentavam suas variadas e ecléticas mercadorias.
Eu me lembro de uma raquete que matava moscas.
Aquilo fez um sucesso absurdo! Eles também vendiam os clássicos, lógico:
bebidas, vários doces, amendoim (“com casca ou sem casca?”)... Hoje em dia eu
ando mais de ônibus e o método de venda não é muito diferente. Alguns vendedores oferecem uma amostra
grátis quando vendem alguma balinha de coco ou algo do tipo. Nessa estratégia
de venda, eles assumem o risco de entregar parte de seu bem sem ganhar nada em
troca.
Nós, eu e você, somos muito valiosos para Deus. Valemos muito mais do que uma balinha de coco. Até os passarinhos e as flores recebem o cuidado de Deus (Mateus 6:25-30). Não seria diferente conosco, ainda mais preciosos pra Ele, criados à Sua imagem e semelhança, um pouco menor do que os anjos” (Salmo 8:5).
“Pois vocês sabem o preço que foi pago para
livrá-los da vida inútil que herdaram dos seus antepassados. Esse preço não foi
uma coisa que perde o seu valor como o ouro ou a prata. Vocês
foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro sem
defeito nem mancha.” (I
Pedro 1:18,19)
Sim,
fomos comprados por Deus, “por bom
preço” (I Coríntios 7:23).
A entrega do Seu filho
único, por nós, causa, desde então, uma expectativa gigante em nosso Deus.
Quando Jesus esteve na cruz, o Pai assumia o risco de não conseguir resgatar
pessoas que andam perdidas por aí, iludidas, distraídas... Ficamos
alheios ao sentido da própria vida e não temos noção do valor alto que Deus
pagou por isso.
O que houve naquela cruz do Calvário?
Uma simples amostra grátis de amor
incondicional?
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