Larissa Oliveira – Bento Ribeiro – Rio de Janeiro - RJ
Há duas semanas uma amiga me ligou, pois estava muito angustiada com seu irmão, internado com Covid-19. Ela me fez um pedido, pois sentia que sua família não era abençoada por conta de muitas brigas, mágoas e desavenças que existiam entre eles. Ela me pediu pra escrever um pequeno texto descrevendo a importância do perdão e chamando as pessoas de sua família a participarem dessa reflexão para que começassem a se perdoar mutuamente.
Aceitei o desafio. Pedi a Deus sabedoria e escrevi o texto que enviei no mesmo dia. Fiquei muito feliz com o retorno que estava recebendo daquela mensagem postada no grupo da família dela. Parecia, de fato, que as pessoas estavam entendendo toda aquela coisa do perdoar e ser perdoado. Minha amiga estava alegre e sentia que coisas boas e bênçãos viriam a partir de sua iniciativa.
Alguns dias depois recebo a notícia da piora do irmão dela e de seu falecimento.
Foi difícil encontrar palavras pra dizer naquele momento e ao mesmo tempo lidar com a dor de uma amiga querida que se encontrava perdida e desolada em seu doloroso silêncio.
Como dizer pra alguém aceitar a vontade de Deus numa horas dessas?
Como aceitar a morte como vontade de Deus?
Como aceitar a morte de um ente amado depois de um despertar familiar de amor, união e perdão?
Não temos respostas racionais pra nenhuma dessas perguntas.
Mas numa noite de muita angústia Jesus estava prestes a sentir a dor da sensação de separação do Seu Pai. Seria entregue à morte e os pecados da humanidade dariam espaço ao mais terrível sofrimento.
Sozinho, imagino eu que ofegante, a mente como um turbilhão, Ele ora. Assim como nós, humano, Ele eleva a Deus uma sincera oração sobre seu destino:
"Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua". Lucas 22:42
Creio que a vontade de Deus não deve ser entendida apenas como um meio, mas também como um fim.
Não temos ideia dos meios que Deus utilizará para que Sua vontade e a de Seus filhos sejam feitas. Nada é em vão.
Por exemplo: se pedirmos a Deus um coração capaz de amar, talvez Ele coloque pessoas difíceis de serem amadas em nosso caminho. Se pedirmos paciência, talvez apareçam circunstâncias em nossa vida que nos façam exercitá-la. Se pedirmos união familiar, talvez aconteçam situações para serem vencidas em união.
Deus utiliza os meios para chegar ao fim que é Sua vontade. E que, por sinal, é sempre benéfica para nós.
Não podemos escolher esses meios, mas é por meio deles, dolorosos ou não, que vamos aprender na caminhada e chegar ao desejo do coração de Deus para nós.
Há muito tempo o plano de redenção foi traçado para salvar os seres humanos.
A morte de Cristo era um desses meios. Ele sabia, e mesmo em meio a tanta aflição seguiu até o fim para cumprir a vontade do Seu Pai, que era de dar a oportunidade de vida nova a Seus filhos.
Lembre-se: a vontade de Deus é sempre, sempre para o nosso bem. Apesar de muitas vezes os meios serem difíceis de aceitar, eles nos ajudam a crescer para chegarmos ao fim com maturidade de um verdadeiro filho de Deus.
Um forte abraço!
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