A LOUCURA DOS SÃOS
Eduardo Dudu Santos – Rio de Janeiro/RJ
“Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo...” (I Coríntios 1:27)
Deve ter sido por volta de 2016 ou 2015, não sei ao certo, que fui
chamado para participar de um evento cujo tema era: “Fé, o que é?”. Longe de
querer definir exaustivamente o conceito, acho que a proposta era simplesmente
fazer com que a gente refletisse sobre ele.
Creio que seja um bom momento para dizer que também não pretendo dar uma
definição do que seja fé, e me desculpe se no pequeno parágrafo anterior
consegui criar essa expectativa, mesmo sem intenção. Talvez, saíamos deste post
com uma ideia do que a fé não é, mas só isso.
Recentemente, li um livro intitulado “Conectado: como ter um
relacionamento direto com Deus”, de Steve Case. Num dos capítulos, o autor se
dedica a nos lembrar de algo que encontramos traduzido em muitas histórias de
personagens bíblicos, mas que rotineiramente preferimos não nos atentar: a fé não é ausência de dúvidas!
Antes que cause um nó na sua cabeça, não estou dizendo que você deve
manter um nível de desconfiança para que sua fé seja genuína. Mas que, por
sermos seres humanos dotados de lógica empírica, nossa fé necessariamente tem
que lidar com as evidências da vida que nos levam a ter dúvidas. Basicamente, é
enxergar a situação, entender racionalmente as circunstâncias e prever um
desfecho desfavorável, mas, ainda assim,
acreditar nAquele que pode reverter todos os males. Parece loucura ir contra as
provas que a vida oferece, né? Mas quem disse que Deus usa a nossa lógica?!
Ainda hoje, me deparei com um texto do livro de Habacuque que pode
encerrar bem nossa reflexão. Lá em Habacuque 3:17-18, o profeta fala assim: “Ainda que as figueiras não produzam frutas,
e as parreiras não deem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem
trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos
currais, mesmo assim eu darei graças ao Senhor e louvarei a Deus, o meu
Salvador.”
A situação do povo não era nada boa. Babilônia havia realizado um último
ataque a Israel e a cidade estava em ruínas, o povo cativo e a esperança da
intervenção divina desvanecida. Mas, mesmo diante de toda a adversidade,
Habacuque preferiu não deixar as dúvidas falarem mais alto do que a confiança
que ele nutria no Deus de sua salvação. Que essa seja a sua e a minha escolha a
cada dia!
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