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terça-feira, 21 de março de 2017

DEU ONDA


DEU ONDA
Airton Sousa - Direto de Florianópolis Paciência - Rio

Eu ouvi essa música na praia durante o Carnaval. Aliás, eu só ouvi essa música na praia durante o Carnaval. Aliás, se você passou o Carnaval em qualquer canto do Brasil, que não tenha sido um retiro espiritual, foi praticamente impossível não ouvir o hit ‘Deu Onda’.

Eu li por aí, que essa música teve mais de 30 milhões de views no youtube e que tem uma versão com palavrões e outra mais clean. As piadas referentes aos versos da música proliferam nas redes sociais desde o final do ano passado. Eu quis comentar que no meu tempo, sim, é que faziam músicas boas, mas aí iriam me chamar de velho, então eu fiquei quieto. Já me chamam por aí de velho chato...

Mas, sabe, enquanto eu pensava na música que está dando onda, eu me lembrava de um texto que escrevi aqui, nesta mesma época no ano passado. (Não precisa de link, pois vou repetir mais ou menos o que escrevi, viu, revisora-diretora?) Eu contei a história dos três jovens escravos em Babilônia. Você se lembra da história?

O Rei Nabucodonosor mandou fazer uma estátua que media vinte e sete metros de altura por dois metros e setenta de largura e ordenou que todos os habitantes e autoridades viessem à cerimônia de inauguração da estátua. Aí, o cerimonialista de plantão disse em voz alta:

— Povos de todas as nações, raças e línguas! Quando ouvirem o som dos instrumentos musicais ajoelhem-se todos e adorem a estátua de ouro que o Rei Nabucodonosor mandou fazer. Quem não se ajoelhar e não adorar a estátua será jogado, na mesma hora, numa fornalha acesa.

Assim, logo que os instrumentos começaram a tocar, todas as pessoas que estavam ali se ajoelharam e adoraram a estátua de ouro. Todos menos os nossos personagens, Sadraque, Mesaque e Abede–Nego. Ao saber disso, Nabucodonosor ficou furioso e mandou chamá-los.

— É verdade que vocês não prestam culto ao meu deus, nem adoram a estátua de ouro que eu mandei fazer? Pois bem! Vou dar uma nova chance. A orquestra vai tocar novamente. Será que agora vocês estão dispostos a se ajoelhar e a adorar a estátua, logo que os instrumentos musicais começarem a tocar? Se não, vocês serão jogados, na mesma hora, numa fornalha acesa. E quem é o deus que os poderá salvar?

Eles responderam assim:

— Ó rei, nós não vamos nos defender. Pois, se o nosso Deus, a quem adoramos, quiser, Ele poderá nos salvar da fornalha e nos livrar do seu poder, oh! rei. E mesmo que o nosso Deus não nos salve, o senhor pode ficar sabendo que não prestaremos culto ao seu deus, nem adoraremos a estátua de ouro que o senhor mandou fazer.

E foi dada uma segunda chance e novamente aquelas músicas tocaram e teve gente que nem esperou a introdução da música e já caiu ajoelhado. Nossos heróis, não; novamente eles não se ajoelharam.

Fico imaginando os três em pé, preparando uma selfie: #sónósempé!

A música determina o que você adora, mesmo que você decida pelo estilo “Zeca Pagodinho, de deixa a vida me levar” (ops, esse é do meu tempo).

Você sabe o final da história. O rei ficou furioso. Eles foram amarrados e jogados dentro de uma fornalha acesa e que estava aquecida sete vezes mais que o normal.

É aí que acontece a parte mais linda dessa história. Mesmo ameaçados de morte, eles não comprometeram suas crenças e ideologias. E nada de mau aconteceu com eles e Deus ainda providenciou um guarda-costas poderoso. (Leia em Daniel 3:24-25).

Minha ideia, hoje, não é analisar letra de música nenhuma, tampouco ditar regras sobre o que se deve ouvir ou não. Aliás, você é livre para ouvir o que quiser, não há lei contra isso.

O que você precisa se preocupar é com “o que te dá onda”. Aliás, também, se isto não preocupa você, também não tem problema nenhum, já que todos somos livres.

Mas se por acaso deu onda, então pense comigo. O que estamos esperando para abandonar velhas práticas e velhos hábitos que nos fazem mal e nos afastam daquilo que realmente importa?

Eu não sei o que você está esperando, mas... e se o que você está esperando nunca acontecer?

 

Gosto muito deste pensamento que vi na internet, atribuído a William Hersey Davis:

“As circunstâncias entre as quais você vive determinam sua reputação.
A verdade em que você acredita determina seu caráter.
A reputação é o que acham que você é, o caráter é o que você realmente é.
A reputação torna você rico ou pobre; o caráter torna você feliz ou infeliz.
A reputação é o que os homens dizem de você junto à sua sepultura; o caráter é o que os anjos dizem de você diante de Deus.”

Também gosto disto e repito aqui:

“Mas Deus quer mudar nosso nome aqui mesmo. Agora. De ‘inveja’ para ‘satisfação’. De ‘orgulho’ para ‘humildade. De ‘perfeccionista’ para ‘tolerante’. Ele deseja nos dar um novo senso de valores. Uma natureza renovada. Uma mudança de fé e de planos. Um novo caráter.
(Momentos de Graça, página 105 – Editora Casa Publicadora Brasileira - 2011)

Então, deu onda?

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