“VÓS, QUEM SOIS?”
Por
João Octávio Barbosa
Lá
se vão 751 anos desde aquele 1° de junho em que nasceu o italiano Dante
Alighieri, autor do clássico “A Divina Comédia”. Nesse livro maravilhoso, que,
claro, eu não li, mas sempre ouvi falar muito bem, Dante descrevia sua jornada
fictícia desde o Inferno, passando pelo Purgatório e culminando com o Paraíso.
Minha
crença pessoal não dá brechas para a existência física dos lugares inferno e
purgatório. Nem mesmo um paraíso que esteja, desde já, habitado por homens
mortais. Todavia, a noção metafórica de constante transição entre inferno e
paraíso, entre as trevas e a luz, aí sim, para mim, é bem real.
Deixe-me
ser mais específico: Dante passeava entre esses cenários como se passa por
vilarejos vizinhos em uma estrada. Não acho que exista uma proximidade tão
grande entre esses extremos, no mundo real. Mas, na nossa mente, existe. É o
clássico momento em que pousam em nossos ombros o “anjinho” e o “diabinho”.
Vamos
analisar um exemplo desse embate direto por meio dos Perfis Sem Curtidas de
hoje. Um grupo de irmãos, bastante insensatos. Conheça-os em poucas frases,
entre Atos 19:8-20, especialmente entre os versos 13 e 16, numa Bíblia em sua
casa ou aqui na internet.
Tudo
começa com a viagem de Paulo. Havia muita excitação na Ásia pela sua presença.
Além de belos discursos teológicos, e um número cada vez maior de convertidos
ao “Caminho” (igreja cristã), colaborava para a fama de Paulo inúmeros milagres
postos em sua conta.
Mas,
cabe ressaltar, o poder desses milagres nunca esteve realmente nele. Era Jesus
quem “atravessava” a vida de Paulo, trazendo uma cura física e espiritual, pois
doenças e possessões demoníacas fugiam diante de meros objetos inanimados!
Paulo sabia que não era ele. Não saiu por aí divulgando seu imenso poder
sobrenatural. Sua aura de X-Man. Seu potencial de “Vingador”. Nem ele, nem seus
lençóis, nem seus aventais sujos de farinha tinham essa capacidade anormal. Ele
era a mão usada por Cristo.
E
como Paulo adquiriu isso? Eis a chave. “Sede vós meus imitadores, como eu sou
de Cristo.” (I Coríntios 11:1). Paulo era usado por Aquele que ele imitava!
Podemos hoje buscar meios de viver ao lado de Jesus tão proximamente como Paulo
conseguiu. Inserindo Jesus na nossa vida, com oração, estudo da Palavra,
divulgação da Mensagem, uma fé sincera que cresce todo dia, no problema e na
calmaria. Se tentarmos viver uma vida ao lado de Cristo, seremos capazes de ser
como Paulo foi. Fazer o que Paulo fez!
Tá
bom, eu sei, é meio irreal para os dias de hoje. Eu entrando num hospital
público lotado e oferecendo o meu travesseiro para os doentes se esfregarem
pela cura. Passando a minha toalha de banho nos corpos de pessoas com problemas
de possessões (sejam espirituais ou não, como viciados em drogas, por exemplo)
para sua libertação. Quem sabe, passando meu terno por cima da cabeça de presos
para expelir todo o mal de seus corações e fazê-los cair no chão pelo poder do
Espírito Santo... ÊPA! Peraí... até que não é tão irreal assim!
Pois
é, até que não é. Está acontecendo. E aí entram os filhos de Ceva. Eles
conheciam a verdade de Jesus pregada por Paulo - afinal, senão conhecessem,
como saberiam as “palavrinhas mágicas” para expulsar os demônios que eles
aprenderam? Mas o poder de Deus não é mágica barata de Mister M. Não se
conquista com truques, nem se aprende do nada. É convivência com Deus, como
dito antes.
Muitos
dizem que o nome de Jesus tem poder. Até eu, ali em cima. Mas é preciso
entender que o nome, em si, as cinco letras, a fonética, a gramática, isso não
significa nada. Jesus não é o “Abracadabra” do Cristianismo. É a representação
de uma fé. É o simbolismo de uma entrega de vida. O poder do homem que clama a
Jesus não sai da boca, e sim do coração.
Os
demônios são maus, mas não são burros. São submissos a Deus, mas não são
fracos. Fogem de Jesus, mas não de homens. E se percebem hipocrisia, falta de
fé, e, principalmente, ausência de Deus, eles não têm motivo nenhum para se
intimidar. Eles encaram e, pior: eles vencem. E você pode acabar ferido, nu, e
obrigado a fugir, humilhado e derrotado.
Mas
antes de fazer isso eles farão uma pergunta: “Vós, quem sois?”. Quem você é? Qual sua resposta para eles? Sou um
dos filhos do sumo sacerdote? Sou um cristão verdadeiro? Um dizimista fiel? Não
diga nada disso. Não lembre nem do que você é, porque isso não o vai ajudar.
Você é uma criança, assustada, frágil, diante de um inimigo muito maior do que
sua máxima força pode encarar.
Quando
eles lhe perguntarem quem você é, diga que você não é nada. Mas aponte para o
seu ladinho e diga: “Mas Aquele ali é o meu Pai!”.
Você
venceu.
Não
peço que concordem, espero que reflitam!
Desafio do JOBS: Quem tinha um escravo chamado Onésimo?
Resposta semana que vem.
Resposta semana que vem.
Resposta da semana passada: Ceva (Atos 19:8 e 20).
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