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quarta-feira, 1 de junho de 2016

“VÓS, QUEM SOIS?”

“VÓS, QUEM SOIS?”
Por João Octávio Barbosa

Lá se vão 751 anos desde aquele 1° de junho em que nasceu o italiano Dante Alighieri, autor do clássico “A Divina Comédia”. Nesse livro maravilhoso, que, claro, eu não li, mas sempre ouvi falar muito bem, Dante descrevia sua jornada fictícia desde o Inferno, passando pelo Purgatório e culminando com o Paraíso.


Minha crença pessoal não dá brechas para a existência física dos lugares inferno e purgatório. Nem mesmo um paraíso que esteja, desde já, habitado por homens mortais. Todavia, a noção metafórica de constante transição entre inferno e paraíso, entre as trevas e a luz, aí sim, para mim, é bem real.

Deixe-me ser mais específico: Dante passeava entre esses cenários como se passa por vilarejos vizinhos em uma estrada. Não acho que exista uma proximidade tão grande entre esses extremos, no mundo real. Mas, na nossa mente, existe. É o clássico momento em que pousam em nossos ombros o “anjinho” e o “diabinho”.

A Bíblia tem vários casos de enfrentamento entre demônios e homens de Deus. O lado do bem sempre prevaleceu quando há o poder de Deus nesse confronto, pois esse poder não pode ser subjugado por nenhum outro. A não ser em um caso específico: quando esse poder, de fato, não está lá.

Vamos analisar um exemplo desse embate direto por meio dos Perfis Sem Curtidas de hoje. Um grupo de irmãos, bastante insensatos. Conheça-os em poucas frases, entre Atos 19:8-20, especialmente entre os versos 13 e 16, numa Bíblia em sua casa ou aqui na internet.

Tudo começa com a viagem de Paulo. Havia muita excitação na Ásia pela sua presença. Além de belos discursos teológicos, e um número cada vez maior de convertidos ao “Caminho” (igreja cristã), colaborava para a fama de Paulo inúmeros milagres postos em sua conta.

Mas, cabe ressaltar, o poder desses milagres nunca esteve realmente nele. Era Jesus quem “atravessava” a vida de Paulo, trazendo uma cura física e espiritual, pois doenças e possessões demoníacas fugiam diante de meros objetos inanimados! Paulo sabia que não era ele. Não saiu por aí divulgando seu imenso poder sobrenatural. Sua aura de X-Man. Seu potencial de “Vingador”. Nem ele, nem seus lençóis, nem seus aventais sujos de farinha tinham essa capacidade anormal. Ele era a mão usada por Cristo.


E como Paulo adquiriu isso? Eis a chave. “Sede vós meus imitadores, como eu sou de Cristo.” (I Coríntios 11:1). Paulo era usado por Aquele que ele imitava! Podemos hoje buscar meios de viver ao lado de Jesus tão proximamente como Paulo conseguiu. Inserindo Jesus na nossa vida, com oração, estudo da Palavra, divulgação da Mensagem, uma fé sincera que cresce todo dia, no problema e na calmaria. Se tentarmos viver uma vida ao lado de Cristo, seremos capazes de ser como Paulo foi. Fazer o que Paulo fez!

Tá bom, eu sei, é meio irreal para os dias de hoje. Eu entrando num hospital público lotado e oferecendo o meu travesseiro para os doentes se esfregarem pela cura. Passando a minha toalha de banho nos corpos de pessoas com problemas de possessões (sejam espirituais ou não, como viciados em drogas, por exemplo) para sua libertação. Quem sabe, passando meu terno por cima da cabeça de presos para expelir todo o mal de seus corações e fazê-los cair no chão pelo poder do Espírito Santo... ÊPA! Peraí... até que não é tão irreal assim! 


Pois é, até que não é. Está acontecendo. E aí entram os filhos de Ceva. Eles conheciam a verdade de Jesus pregada por Paulo - afinal, senão conhecessem, como saberiam as “palavrinhas mágicas” para expulsar os demônios que eles aprenderam? Mas o poder de Deus não é mágica barata de Mister M. Não se conquista com truques, nem se aprende do nada. É convivência com Deus, como dito antes.

Muitos dizem que o nome de Jesus tem poder. Até eu, ali em cima. Mas é preciso entender que o nome, em si, as cinco letras, a fonética, a gramática, isso não significa nada. Jesus não é o “Abracadabra” do Cristianismo. É a representação de uma fé. É o simbolismo de uma entrega de vida. O poder do homem que clama a Jesus não sai da boca, e sim do coração.


Os demônios são maus, mas não são burros. São submissos a Deus, mas não são fracos. Fogem de Jesus, mas não de homens. E se percebem hipocrisia, falta de fé, e, principalmente, ausência de Deus, eles não têm motivo nenhum para se intimidar. Eles encaram e, pior: eles vencem. E você pode acabar ferido, nu, e obrigado a fugir, humilhado e derrotado.

Mas antes de fazer isso eles farão uma pergunta: “Vós, quem sois?”. Quem você é? Qual sua resposta para eles? Sou um dos filhos do sumo sacerdote? Sou um cristão verdadeiro? Um dizimista fiel? Não diga nada disso. Não lembre nem do que você é, porque isso não o vai ajudar. Você é uma criança, assustada, frágil, diante de um inimigo muito maior do que sua máxima força pode encarar.

Quando eles lhe perguntarem quem você é, diga que você não é nada. Mas aponte para o seu ladinho e diga: “Mas Aquele ali é o meu Pai!”.

Você venceu.


Não peço que concordem, espero que reflitam!


Desafio do JOBS: Quem tinha um escravo chamado Onésimo?
Resposta semana que vem.
Resposta da semana passada: Ceva (Atos 19:8 e 20).


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